Com risco de crise iminente no setor, a alta gestão está despertando para a necessidade de mudanças e evolução nas práticas de gerenciamento das instituições; evento apresentará propostas de caminhos e soluções
Por Roberto Gordilho
Os hospitais brasileiros devem estar preparados para as intempéries que vão surgir a partir do próximo ano. Muitas organizações já sofrem com perdas financeiras provocadas por uma gestão de recursos desalinhada com as práticas de mercado, pouco foco em eficiência, desgaste do modelo de pagamento fee-for-service (e a consequente entrada do fee-for-performance) e a falta de capacitação dos colaboradores em práticas e modelos de gestão, por exemplo, o que irá se agravar em 2019. Essa é a realidade do setor, que passa por um momento de transformação. O marco dessa mudança é a primeira edição do Congresso de Maturidade de Gestão na Saúde, organizado pela Comunidade Maturidade de Gestão em Saúde, que reúne diversos especialistas preocupados com as alterações, mudanças e evolução do setor de Saúde no Brasil.
Os gestores dos hospitais precisam com urgência acordar para este momento de transformação. É a hora de realizar as mudanças necessárias para evoluir as pessoas e processos e para manter e desenvolver as operações. Todos os hospitais precisam buscar um balanço financeiro que permita a sobrevivência e crescimento da instituição.
Além disso, as organizações de Saúde devem compreender que os pacientes também mudaram: são clientes com mais autonomia para saber e escolher o que desejam. A tecnologia permitiu que as pessoas tenham mais acesso à informação, portanto, elas não querem mais pagar por serviços com baixa qualidade ou aceitar longas esperas. E, por falar em tecnologia, muitos são os gestores que investem grandes quantias em soluções digitais e quase nada em desenvolvimento de seus colaboradores e revisão de processos.
Além de olhar para dentro, reavaliando processos e práticas de gestão e treinando colaboradores, os gestores das organizações de Saúde devem analisar também o cenário exterior, a fim de direcionarem as instituições já no próximo ano. Não se pode mais fingir que o modelo de remuneração não irá mudar, e ele não será o único. A monetização ancorada na venda de materiais, medicamentos e OPMEs (órteses, próteses e materiais especiais) também vai se transformar. Os gestores precisam se preparar para este cenário e voltar a obter seus resultados, de fato, da prestação de serviços de Saúde.
Outra realidade que também deve ser levada em consideração é que cada vez mais a geração Y está tomando postos de liderança nas organizações. É preciso adaptar a gestão de pessoas para receber essas mentes, em geral inovadoras e alinhadas à transformação digital, sem que haja conflito com aqueles que já estão no ambiente hospitalar e que podem, muitas vezes, se tornar resistentes se não houver capacitação e transparência nas relações.
Essas e outras variáveis, além de novas visões e possibilidades para o setor, serão debatidas durante o I Congresso de Maturidade de Gestão na Saúde. Serão abordados temas como novos modelos de remuneração, impactos da transformação digital, nova lei de proteção de dados, entre outros, todos com uma visão inovadora e que irá impactar diretamente aqueles que estão acostumados com o jeito tradicional de gerir os hospitais.
A transformação no setor é constante e, diante de tantos desafios, é cada vez mais importante para as organizações evoluam a maturidade de gestão para alcançar resultados de forma contínua e consistente. Por isso, o Congresso de Maturidade de Gestão na Saúde vai acontecer anualmente, para discutir as principais mudanças no setor e apresentar metodologias e visões inovadoras para a gestão dos hospitais.
Para saber mais sobre o evento, acesse: https://www.congressomatgestao.com/
Roberto Gordilho, professor, palestrante, CEO da GesSaúde, apresentador do Canal GesSaúde no Youtube e autor do livro Maturidade de Gestão Hospitalar e Transformação Digital: os caminhos para o futuro da Saúde.
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