Gestão deve adotar modelo que melhor atenda à característica de operação da organização de Saúde
Por Editorial GesSaúde
O mercado de Saúde oferece atualmente diferentes formas de contratação e formação da equipe médica. A boa gestão desse corpo clínico demanda aplicação de regras de governança e métricas de acompanhamento de desempenho, sempre com o foco de oferecer qualidade e segurança ao paciente. Para a diretora administrativa do Hospital Santa Izabel – Santa Casa da Bahia, Mônica Bezerra, antes de optar por um corpo clínico aberto, fechado ou misto, o gestor deve ponderar as características de operação do hospital, bem como tamanho e capacidade de atendimento.
Entre os modelos de corpo clínico praticados no mercado, Mônica ressalta que todos permitem aderência, que pode variar de hospital para hospital. “Não acredito que um modelo seja, por si, superior a outro. Existem oportunidades de aderência a cada um desses modelos, o que está relacionado ao tipo de hospital e a características como tamanho, especializações e até localização”, comentou a administradora.
A qualidade assistencial, contudo, deve ser o foco da gestão ao escolher o modelo de corpo clínico a ser implantado. “O importante é que o hospital, independentemente de suas características, defina e defenda regras de governança clínica de maneira muito clara e objetiva, assim com, implemente instrumentos de acompanhamento de desempenho”, afirmou.
Entenda as diferenças entre os principais modelos de corpo clínico praticados no Brasil:
- Corpo clínico aberto: permite a profissionais, desde que devidamente habilitados (prestadores de serviço, cadastrados e/ou credenciados), internem e assistam seus pacientes.
- Corpo clínico fechado: possui corpo médico permanente, não se permitindo como rotina a atuação de profissionais externos a esse grupo.
- Corpo clínico Misto: o hospital que, mesmo tendo corpo clínico permanente, admite que outros médicos internem e assistam seus pacientes.
Qualidade
Mônica explica ainda que é importante para o gestor hospitalar estar atento aos riscos clínicos. Portanto, após definido o modelo de corpo clínico a ser praticado pelo hospital, a gestão deve sempre estar atenta a problemas com a execução de protocolos e a atuação da equipe médica. “Cabe ao hospital instituir sua fórmula de gerenciar protocolos clínicos, programas de redução de riscos clínicos e eventos adversos, implantar sistemática de auditoria clínica, entre outras estratégias. Se tais fundamentos não estão bem consolidados, a forma de atuação do corpo médico se torna, de qualquer maneira, irrelevante, uma vez que a referida qualidade é resultado da observância das melhores práticas assistenciais em uma dinâmica de melhoria contínua. Esse direcionamento é institucional e válido para qualquer integrante da cadeia assistencial”.
Assim, a gestão de cada hospital pode definir o padrão de corpo clínico após compreender o mercado no qual a organização está inserida e que tipo de modelo pode oferecer mais valor e qualidade aos serviços assistenciais prestados ao paciente. “O que acredito não ser saudável é operar fora de um ambiente comprometido e estruturado para engajar os médicos, estreitando seu vínculo com a instituição e, ao mesmo tempo, buscando sua aderência às práticas do hospital”, alertou Mônica.
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