Mudar a cultura da gestão e focar para a promoção à saúde de qualidade e preventiva pode ser uma das formas de diminuir custos
Por Editorial GesSaúde
O modelo de Atenção Primária à Saúde (APS) é uma das estratégias para atender a população de forma regionalizada e integrada, com objetivo de ampliar os serviços de Saúde, melhorar o atendimento e prevenir enfermidades. De acordo com o Sistema Único de Saúde (SUS), o APS já está sendo praticado em conjunto a Saúde Suplementar – conforme o Ministério da Saúde, os 100 primeiros dias da nova gestão presidencial do País foram marcados pelo fortalecimento da Atenção Primária, com a criação da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS).
Além dos benefícios aos pacientes, para as organizações de Saúde o APS representa uma forma de reduzir custos, ao ponto que oferecer serviços de prevenção pode refletir na redução de atendimentos de alta complexidade, por exemplo. A pedido do portal GesSaúde, as docentes da Universidade Cruzeiro do Sul Andréia de Carvalho Andrade, Déborah Elaine Caristo Farias e Rosiani Cassia Ribeiro Castro, explicaram algumas das vantagens desse modelo e também alertaram para a necessidade do aumento da maturidade de gestão hospitalar nas instituições que pretendem aplicar a metodologia.
Conforme o grupo de especialistas, a Atenção Primária pode ser dividida nos seguintes grupos:
- Modelo Sanitarista – por meio das campanhas de prevenção como ocorrem atualmente;
- Modelo Assistencialista – que se desenvolve pela Estratégia de Saúde da Família que, conforme as docentes, ainda se encontra em crescimento no País;
- Modelo Alternativo – com a atuação da vigilância sanitária e epidemiológica.
As professoras salientaram que tais modelos são necessários não apenas para prevenir doenças, mas, como consequência disso, promover a sustentabilidade financeiras dos serviços de Saúde. Contudo, uma mudança na cultura organizacional será necessária, permitindo que a organização de Saúde faça parte de uma rede rede de atenção pré e pós-hospitalar tornando a atividade horizontal e permitindo que o hospital seja acionado apenas em casos críticos – sua operação será voltada para a prevenção e promoção à saúde de qualidade.
Juntamente com outras metodologias de gestão, como a de Saúde Populacional, é possível ao hospital garantir equilíbrio financeiro em conjunto com qualidade assistencial e preparo para atender grupos distintos da sociedade. Por exemplo, as docentes ressaltam o envelhecimento da população e com a APS é possível oferecer assistência preventiva, o que impacta diretamente na redução de gastos com enfermidades complexas.
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