TIC Saúde revela que mais de 90% dos entrevistados apontam a falta de treinamento como motivador de maus resultados de projetos; entenda como reverter esse cenário com três estratégias
por Editorial GesSaúde
Em busca de melhoria de processos, aumento de produtividade e otimização gerencial, hospitais de todos os portes apostam em ferramentas de gestão, principalmente, o HIS (Hospital Information System) ou Sistema de Gestão Empresarial (Enterprise Resource Planning – ERP). Contudo, além da informatização, há um pilar crucial para o bom resultado de qualquer projeto do tipo: o treinamento dos colaboradores, a partir de uma estratégia de gestão de pessoas que esteja alinhada ao plano de negócios da organização.
Segundo a pesquisa TIC Saúde, uma das mais importantes para tecnologia da informação em Saúde no Brasil, somente 25% dos hospitais que, em 2015, possuíam conexão com a internet, tinham uma área ou setor responsável pela gestão de tecnologia da informação (TI). A falta de integração da área com profissionais de Saúde – apenas 6% das equipes de TI possuíam um profissional especializado na área – também dificultava o bom resultado dos projetos. Como consequência, segundo 89% dos médicos e 93% dos enfermeiros, a falta de treinamento dificultou a implantação e uso das ferramentas. A pesquisa também revelou que 85% dos médicos e 75% dos enfermeiros não participaram de nenhum curso, treinamento ou capacitação na área de tecnologia de informação e comunicação em Saúde nos 12 meses anteriores à pesquisa.
Capital humano
O desenvolvimento do capital humano, portanto, se mostra fator crucial para que os projetos de TI tenham efeito e levem ao tão esperado patamar de maturidade de gestão hospitalar. Para isso, é importante uma estratégia de gestão de pessoas que abarque as seguintes iniciativas:
- Treinamentos: palestras, cursos e workshops são importantes para que a instituição apresente a tecnologia – seja de gestão, sejam elas voltada ao ambiente clínico – aprofunde a temática e demonstre quais os resultados esperados, como: redução de glosas, melhoria do desempenho da recepção, mais eficiência da gestão de leitos, aumento da segurança do paciente e melhoria da qualidade do atendimento, apenas para citar alguns exemplos. Obviamente, é preciso identificar qual o público que operará o sistema em questão para organizar esse ciclo de treinamentos;
- Acompanhamento: o treinamento é o primeiro passo do processo. Passada essa etapa, os líderes diretos dos profissionais envolvidos devem reportar à área de gestão de pessoas a evolução e aproveitamento dos conhecimentos obtidos. Essa proximidade ajuda a identificar habilidades e dificuldades dos colaboradores, de forma que seja possível aplicar treinamentos específicos que foquem na melhoria contínua;
- Metas e objetivos: a gestão de pessoas, contudo, não passa somente pelo treinamento e desenvolvimento contínuo do profissional. É preciso compartilhar com a equipe como os esforços individuais somam nas metas e objetivos traçados pela instituição. Como qualquer projeto de informatização deve estar atrelado a um objetivo de negócio, é essencial comunicar ao time, seja ele do backoffice, seja do corpo clínico, o atingimento dos resultados ou a definição de estratégias para correção de rota – quando houver. Quanto mais o colaborador se sentir parte do contexto global da empresa, mais engajado estará.
Sistemas tecnológicos são fator crucial em um processo de maturidade de gestão hospitalar, mas não são suficientes para, sozinhos, trazer os resultados esperados aos hospitais.
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