Gerenciamento de Processos de Negócios (BPM)

Faturamento hospitalar: um departamento ou um processo?

Principal fonte dos recursos deve operar de forma inteligente para garantir o equilíbrio entre qualidade do atendimento e resultados

por editorial GesSaúde

Pagar contas, ampliar investimentos, aumentar infraestrutura, apoiar novas parcerias e manter o funcionamento orgânico do hospital demandam capital. Embora em organizações de Saúde exista a tendência de se olhar mais para a qualidade do atendimento ao paciente que para os resultados, o faturamento é a principal fonte dos recursos e deve ser visto como o responsável por manter o equilíbrio entre a assistência assertiva e o retorno financeiro.

Otimizar a receita no hospital depende do entendimento sobre as duas visões do faturamento: a departamental e a processual.

  • Visão departamental: refere-se à área da organização que cuida do processamento das contas e envio para o Sistema Único de Saúde (SUS) ou operadoras de Saúde. Em geral, é passiva e espera que as contas cheguem para iniciar os trabalhos de auditoria, processamento e remessa. Enxergar o faturamento como uma área reduz muito as possibilidades de melhorias de processo.
  • Visão processual: o faturamento encarado não apenas como um departamento, mas como um processo, extrapola as responsabilidades para todas as áreas do negócio, envolve múltiplos líderes e colaboradores e leva em consideração tudo o que entra e sai da organização. Tem início no comercial e termina na contabilidade, após o processamento de todo o ciclo, inclusive recursos de glosas e repasse médico. Permeia todas as áreas do hospital.

Benefícios do processo

A criação de uma estrutura digital com integração de todo o processo hospitalar possibilita um melhor entendimento e acompanhamento das etapas do faturamento e responsabiliza a todos, cada um contribuindo de uma forma diferente, para que o ciclo seja sustentável.

Por exemplo: muitas vezes as contas ficam paradas por problemas no preenchimento das guias ainda na recepção; falta de laudos nos prontuários; ausência de justificativas médicas para determinados procedimentos; esquecimento de lançar procedimentos ou itens consumidos na conta do paciente. Tudo isso favorece a ocorrência das glosas – inconsistências em relação à cobrança de procedimentos – uma das principais preocupações dos hospitais na atualidade. Manter a qualidade do atendimento ao paciente diante de recursos limitados se torna um desafio, já que essas situações podem comprometer os resultados.

Adotar a visão de faturamento como processo torna possível acompanhar cada fase do atendimento com foco, além da melhoria e segurança do paciente, na geração de informações. Esses dados  proporcionarão à instituição gerar a conta e realizar o envio e a cobrança ao SUS ou convênio com muito mais eficiência, o que refletirá diretamente na redução do ciclo da receita e no fluxo de caixa do hospital.

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Foto: Depositphotos

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