Dentro do processo de liderança, comunicar é fazer com que a mensagem chegue de forma clara para cada membro da equipe
Roberto Gordilho
Peter Drucker, o pai da administração moderna, também é considerado um grande líder. Ele foi escritor, palestrante e ajudou a desenvolver empreendimentos corporativos ligados a diferentes indústrias e setores do mercado. Sabe porque você conhece ou ao menos já ouviu falar desse pensador? Ele sabia se comunicar. Afinal, se comunicar bem não era uma simples questão de carreira para Drucker. Como costumava dizer, “60% de todos os problemas das empresas resultam de falhas na comunicação”.
Então, reflita sobre como as pessoas se comunicam, ou melhor, como interpretam as ações e responsabilidades dentro de cada processo na organização de Saúde. Para a liderança, a comunicação não é a causa final, é o meio. Isso significa que é preciso estruturá-la, fornecer dados para tomada de decisão e perceber a melhor forma de compartilhar as informações com cada membro do time.
O líder precisa garantir que a equipe esteja íntima com o planejamento e objetivos do negócio. Na comunicação, as pessoas precisam conhecer seu papel no poder decisório e desenvolvimento do negócio de acordo com suas funções e perfis particulares. O preparo de cada colaborador também é fundamental. Afinal, uma etapa importante da boa comunicação é fornecer dados e informações que permitam aos colaboradores tomarem as decisões mais alinhadas com os objetivos do negócio. Por isso, em uma equipe bem preparada, cada pessoa consegue compreender os dados que são repassados e usá-los para alcançar as metas dentro de cada marco.
Tudo é uma questão de saber planejar e, principalmente, executar o planejamento.
Comunicar bem é fazer com que a mensagem chegue às pessoas de forma clara e que permita que cada um possa tomar atitudes próprias e importantes para a conquista das metas e objetivos. Por isso, se comunicar bem é uma habilidade que pouco ou quase nada está ligada à filosofia individual de cada gestor ou líder. Trata-se de um conjunto de estratégias, definidas por acompanhamentos regulares e marcos estabelecidos com cada objetivo do planejamento empresarial.
Rituais
Para que haja uma boa comunicação entre equipes de uma organização de Saúde, é preciso transformar a cultura. Ou seja, o líder ou gestor deve criar rituais de acompanhamento e alinhamento das ações. E, por isso, é imprescindível que o profissional conheça o plano traçado pela instituição para que os objetivos sejam alcançados. Assim, os rituais são reuniões periódicas (semanais e mensais), que devem ser previamente informadas para que se crie um fluxo padrão para os times. Devem ter dia, hora para iniciar e serem encerradas. De tal modo, as pessoas podem se preparar melhor e criar uma agenda tendo em mente que cada ritual irá especificar atividades e ações, além de acompanhar e avaliar a atuação do grupo.
Além disso, cada ritual possui um objetivo específico e detalhado para que os colaboradores saibam o que devem apresentar e, em seguida, como agir para manter o alinhamento e o plano para alcançar as metas e objetivos. Além disso, para cada ritual o líder deve elaborar uma pauta, que contenha os temas discutidos e importantes dentro de cada período (semestral, mensal, semanal).
Outro aspecto importante são os indicadores. Eles não são a causa dos marcos e sim a consequência. As reuniões com a equipe visam promover a comunicação mais clara e efetiva o possível. Se a meta semanal não foi alcançada, por exemplo, então esse será o tema central da pauta do ritual da semana, no qual o líder vai compreender o que está acontecendo e promover o alinhamento das ações.
Rituais semanais
As reuniões semanais visam alinhar a condução dos projetos e adequar as atividades para que as metas sejam alcançadas. Portanto, são de acompanhamento e ajustes pontuais. Assim, a comunicação aqui é importante para que o líder compreenda quais são as dificuldades dos colaboradores e os auxilie a manter ou retomar o plano.
Rituais mensais
São focados na apresentação dos resultados. Devem acontecer dentro de uma data fixada e compartilhada para toda a equipe. A visão do líder é coletar os resultados e aprendizados, tendo em vista os macro objetivos de cada projeto e processo. Nos rituais mensais também é feita a avaliação das equipes.
O papel do líder é identificar quais são os empecilhos e entraves que fazem com que as pessoas não acertem. Após esse passo, a liderança deve criar padrões de avaliação e acompanhamento. Compartilhar dados e interpretá-los de maneira que as pessoas possam usá-los para tomar decisões assertivas e que revertam em resultados.
A comunicação também é um indicador da maturidade do líder. Quando há excesso de conflito e a reprodução de informações truncadas e desconexas (a rádio corredor), isso pode representar a baixa eficiência do processo de comunicação dentro da equipe. Cabe ao líder desenvolver meios para que as informações cheguem claras e para as pessoas certas. Assim, é possível que todos compreendam seu papel dentro do propósito e senso de equipe.