Adotar uma política de compliance é garantir sobrevivência para o negócio e segurança para o paciente
Por Editorial GesSaúde
O momento político e econômico do Brasil pede cada vez mais transparência nas relações entre os diversos agentes do setor. Por isso, implantar uma política de compliance é fundamental para garantir que os colaboradores sabem exatamente como agir, em especial na Saúde, onde casos de corrupção surgem todos os anos. Por isso, especialistas apontam que adotar uma estratégia de compliance nesse cenário traz benefícios o hospital do ponto de vista de negócio e também para o paciente, pois há redução nas fraudes e desvios.
De acordo com o professor Klaus Suppion, coordenador do curso a distância de Ciências Contábeis da Universidade Metodista de São Paulo, o compliance é uma garantia estratégica de que o funcionamento da organização de Saúde está de acordo com normas legais e ética. “Os princípios do compliance são norteadores de uma prática voltada para a ética, significando estar de acordo com as normas legais e regulamentares. Para organizações de saúde, é ter certeza de que as diretrizes e políticas institucionais estão sendo seguidas”, explicou o docente.
Um hospital que não tem uma prática de controle de práticas éticas corre o risco de não somente enfrentar prejuízos financeiros por conta de fraudes e desvio, pode também macular o relacionamento com parceiros. “Empresas com princípios de compliance tendem a reduzir privilégios e fraudes. O desembolso com fraude é tratado dentro das empresas operadoras com extremo cuidado, pois parceiros como clínicas, hospitais e demais agentes são mapeados com mais critério quando não apresentam uma política de compliance no seu escopo. Exemplo claro é com fornecedores que precisam alinhar suas estratégias de preços competitivos com o mercado, uma vez que empresas que não se utilizam de princípios éticos podem fazer pagamentos por fora para compradores aceitarem seus preços”, salientou Suppion.
Além disso, quanto maior o porte e menos madura a gestão da organização, maior é a possibilidade do descontrole com a atuação de agentes resultar em episódios que podem gerar uma opinião pública desfavorável para a instituição. Em julho deste ano, a Operação Ressonância da Polícia Federal prendeu 20 pessoas e bloqueou R$ 1,2 bilhão dos envolvidos. O alvo foi um suposto esquema de corrupção envolvendo empresas com atuação junto à Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro e no Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into).
Por isso, o compliance é a ferramenta que garante ao gestor manter o funcionamento da instituição dentro das questões legais e éticas, além de fornecer segurança para o negócio e para o cliente, objetivo central de qualquer organização de Saúde. “O cenário de compliance é sem retorno, uma vez que todos ganham. O compliance apresenta confiabilidade no processo, reduzindo custos das operadoras com fraudes. Já para hospitais ou parceiros na gestão da empresa, princípios de conformidade e éticos são orientadores para a certeza de que as diretrizes e políticas institucionais estão sendo seguidas”, frisou o professor da Universidade Metodista.
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