Focar no alinhamento de processos e na capacitação de gestores melhora o acompanhamento do desempenho e das metas
por editorial GesSaúde
Aprimorar a gestão de uma instituição de Saúde requer o desenvolvimento de cinco pontos essenciais: estratégia empresarial, governança corporativa, tecnologias de gestão, gerenciamento de processos de negócios e gestão de pessoas. Isto é, alcançar a maturidade de gestão hospitalar demanda uma construção de dentro para fora, que envolva não somente a aquisição de sistemas informatizados de gestão, mas a capacitação de gestores e colaboradores, com base em um plano estratégico, baseado em boas práticas de governança e bons processos operacionais.
Esse processo requer uma unificação e a sincronização entre os departamentos da instituição de Saúde, algo que, hoje, não ocorre em muitas instituições por questões culturais. Atualmente, foca-se no gerenciamento das unidades e desenvolvem-se as áreas de forma isolada, dando prioridade à aquisição de sistemas informatizados, sem que haja um entendimento completo de como utilizá-los de forma eficiente. A proposta, portanto, deveria ser visualizar a instituição como um todo, desenhando processos, identificando gargalos para, somente então, informatizar ou rever o processo de informatização, o que for necessário – de forma ampla e integrada.
Ao planificar os processos, a organização colhe benefícios tanto de desempenho quanto financeiros: maior eficiência operacional, redução do desperdício, maior integração entre as áreas, menos glosas e redução no ciclo de faturamento são alguns exemplos que vão implicar em melhoria do fluxo de caixa, melhor preparo e capacitação da média e alta gerência, acompanhamento de resultados mais eficiente e atividades alinhadas a estratégia, segundo Roberto Gordilho, diretor da GesSaúde. O especialista detalha cada um desses pontos na sequência:
- Processos mais alinhados: definir um plano estratégico que avalie se os processos estão adequados aos objetivos de eficácia, eficiência e qualidade e que permita identificar melhorias na operação é o caminho para que se encontrem gargalos e se possa saná-los para a instituição ter uma gestão mais forte e com os resultados em linha com o projetado.
- Melhor fluxo de caixa: uma gestão mais acurada dos recursos tem reflexo no caixa da instituição por influenciar na otimização de processos e serviços e permitir um controle maior sobre estoques e operações, uma melhora o giro de leitos e utilização mais otimizada da capacidade produtiva. Com isso, a tendência é de diminuição do ciclo de faturamento e das glosas, os quais, consequentemente, trazem melhorias à rentabilidade e ao caixa da instituição de Saúde.
- Gestores mais capacitados: investir em uma gestão madura envolve, necessariamente, a capacitação de pessoas (líderes e liderados), para que eles tenham visão holística das operações. Isso demanda aprofundamento nos conhecimentos sobre diferentes áreas do hospital, além daqueles específicos de gestão, como: finanças, faturamento, suprimentos, gestão de projetos, etc. Encontros com outros gestores de instituições de Saúde são uma importante via de troca de informações.
- Mensuração de resultados: acompanhar sistematicamente todos os processos da instituição é um ponto importante para mensurar os resultados alcançados e fazer as correções necessárias, caso haja necessidade. E isso se dá após a elaboração de um plano estratégico com mecanismos para o mapeamento de indicadores, que permitirão o monitoramento dos resultados. Uma das formas de otimizar esse acompanhamento é por meio de reuniões mensais, cujos líderes prestarão contas dos resultados de suas áreas. Esse tipo de metodologia cria uma cultura de acompanhamento de resultados em todos os níveis gerenciais e áreas da instituição.
Não existe caminho fácil, a maturidade de gestão hospitalar requer disciplina na busca pela melhoria constante, mas os resultados são alcançados e melhorados a todo instante e em todo o caminho.
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