Inteligência Emocional exige compreender suas próprias fraqueza e limitações, bem como a dos seus liderados

Por Roberto Gordilho

O autoconhecimento é o primeiro pilar da Inteligência Emocional. Por isso, é importante introduzirmos esse assunto apresentando a distinção entre autoconhecimento pessoal e profissional. O primeiro está relacionado à qualidade de vida e bem-estar. É a capacidade de se desenvolver ao ponto de conquistar mais autonomia sobre as próprias escolhas. Dessa forma, o autoconhecimento ajuda você a ter mais coragem para tomar decisões, proporcionar mais resiliência e enfrentar os desafios da vida. 

Já o autoconhecimento profissional está relacionado à capacidade do indivíduo em construir a própria carreira por meio de ações baseadas em objetivos sólidos. Nesse ponto, eu retomo a definição de Daniel Goleman, pesquisador norte-americano responsável por grande parte dos avanços nos estudos comportamentais. Assim, o autor define o autoconhecimento como a habilidade do profissional de compreender suas próprias fraquezas, limitações e emoções.

E como adquirir essas capacidades?

Desenvolver o autoconhecimento é um processo sistêmico e complexo. Demanda persistência em técnicas que vão ampliar sua percepção do que você é capaz de realizar e como os impulsos do meio (onde você trabalha) impactam suas decisões. Então, comece com alguns exercícios que, apesar de parecerem simples, devem ser executados cotidianamente. 

Adote a reflexão interna

Quando você tomar uma decisão, faça uma avaliação sobre suas ações e o que motivou suas escolhas. Você pode optar por fazer um check-list que incluir questionamentos como:

• De que forma eu agir a respeito de determinados momentos?
• Qual imagem eu transmito para as pessoas?
• Quais são os meus pontos fracos?
• Quais são meus pontos fortes
• E as limitações?
• Quais ações prejudicam o meu desenvolvimento?
• Quais os meus objetivos dentro da organização que trabalho?

Aprenda a mudar de opinião

No mundo dos negócios, a única verdade imutável é que a organização precisa ser sustentável. E quando saímos da esfera em que operam as instituições públicas e filantrópicas, a verdade apenas muda de terminologia: de sustentabilidade para lucro. Então, elimine a postura rígida a respeito de como conduzir as rotinas. Aprenda a ouvir e aceitar outros olhares e opiniões. Saiba quando é necessário mudar de opinião. É por isso que o autoconhecimento se faz tão necessário no desenvolvimento do líder. 

Saiba dizer não

Liderar é motivar e ensinar as pessoas a perseguirem um objetivo compartilhado. O líder, nesse sentido, deve trabalhar e desenvolver o engajamento. Porém, isso não significa dizer sim para tudo e todos. Quando você gerencia o autoconhecimento, assume uma confiança nas suas atitudes. Saber dizer não é ter a habilidade de se impor, sem receio de rejeitar aquilo que vai contra seus valores. 

Então, quando você conhece seus valores, traça seus objetivos e faz uma avaliação interna a respeito de suas decisões, está desenvolvendo o autoconhecimento e permitindo que você escolha com mais assertividade e sirva de inspiração e exemplo para os liderados e demais pessoas que atuam ao seu lado.