Gestão de Pessoas

Liderança baseada em desafios, tudo a ver com a estratégia

O líder apresenta desafios que permitem o desenvolvimento pessoal e profissional do time, sem deixar de lado as metas e objetivos estabelecidos no plano estratégico            

Por Roberto Gordilho 

O desenvolvimento de pessoas é o principal papel de um líder. Dentro das organizações de Saúde, é fundamental que as equipes tenham desafios que promovam o crescimento profissional e individual de cada colaborador. Nessa estratégia, o líder conecta interesses organizacionais e dos próprios colaboradores para promover desafios periódicos, de acordo com os marcos e as metas do trabalho. É por isso que a liderança baseada em desafios também favorece o crescimento do líder, que a cada dia deve formular ensinamentos que estejam relacionados com o processo de evolução do time.

“Treine bem as pessoas para que possam partir, trate-as bem o suficiente para que não queiram”. A frase proferida pelo empresário e fundador da Virginia Group, Richard Branson, descreve o quão fundamental é a atuação de um bom líder para qualquer negócio. Quando as pessoas são motivadas, a obtenção de resultados acontece de forma fluida e beneficia tanto a instituição quanto as próprias pessoas. Na verdade, o líder deve estabelecer objetivos que sejam compartilhados por toda a equipe. O resultado não pode ser o único foco da liderança. Pelo contrário, ele surge de maneira natural quando as pessoas entendem as metas e o que é preciso ser feito para alcançá-las. 

E aqui emerge outra importante habilidade do líder dentro da liderança baseada em desafios: eles devem ser propostos de maneira que as pessoas percebam como elas podem crescer e se desenvolver dentro da organização. É uma estratégia que requer perspicácia e conhecimento sobre o perfil de cada colaborador do time. Afinal, para que um desafio não seja encarado como um problema, um empecilho, ele deve estar conectado com as aspirações pessoais dos liderados. Além disso, para que o andamento do trabalho não seja prejudicado, os desafios também devem retornar em resultados empresariais e metas alcançadas. 

O desafio tem que ser algo que engaje as pessoas. Saber dosar isso é importante. Quando a estratégia é orientada para o crescimento pessoal, o engajamento acontece gradualmente. O equilíbrio organizacional está diretamente ligado ao engajamento dos times. Para se ter uma ideia, uma pesquisa realizada em 195 países pela Gallup apontou que apenas 13% dos funcionários estão engajados no trabalho. Ainda conforme o levantamento, o desengajamento gera desperdícios de aproximadamente U$ 1 trilhão por ano. E são os profissionais de gerenciamento que respondem por 70% do engajamento.

Desenvolvendo equipes

Na liderança baseada em desafios, estes devem ser entregues com o propósito de permitir o crescimento das pessoas. Antes, contudo, o líder deve conhecer bem a equipe que lidera. O primeiro passo para desenvolver times é avaliar o nível de preparo dos profissionais. Com isso, o líder tem a visão de como melhorar a qualificação da equipe por meio de treinamentos e medições constantes quanto à produtividade e qualidade das entregas. Em seguida, é preciso estabelecer os objetivos. Tudo parte de onde se quer chegar. Não existe liderança sem objetivo. Pode existir chefia, mas liderança não. E para isso é importante trabalhar o convencimento, estimular a comunicação efetiva e estabelecer rituais de troca – que muitas vezes está implícita em todo o processo de relacionamento e gestão de equipes. 

Além de compartilhar objetivos e metas, é importante permitir que todos façam parte da tomada de decisões. Cada área dentro da organização de Saúde não atua de forma isolada. Por isso, sempre é preciso pensar em novas formas de entregas mais eficazes. Os membros da equipe devem ser encorajados a apresentar soluções e novas propostas de trabalho nesse sentido. 

Outra importante transformação na liderança moderna é a humanização. O líder precisa estar acessível e ter um relacionamento mais flexível com os liderados. Assim, as pessoas sentem confiança e apoio para compartilhar e assumir os desafios diários. Também é essencial compartilhar experiências, conhecimentos, e reconhecer a produtividade dos liderados. Isso permite criar credibilidade na relação com as equipes. 

Evangelizador

Ao trabalhar a liderança baseada em desafios, que proporciona o engajamento e empoderamento dos liderados com o compartilhamento de dados e objetivos, o líder também evolui e ganha maturidade profissional. Para a organização, um grande benefício desse crescimento conjunto é ter um evangelizador. Trata-se da pessoa que está disposta a mostrar as qualidades da instituição, defender e difundir seus valores. Esse perfil de líder tem grande intimidade com o empreendimento e as rotinas que estão em andamento. Por isso, sabe como motivar as pessoas a fazerem parte da evolução e também avançarem no crescimento individual. 

O processo de desenvolvimento de pessoas é gradual e contínuo. O líder deve estar sempre atento à forma como as pessoas estão progredindo dentro da organização e propor desafios constantes para otimizar esse crescimento. Nesse sentido, as pessoas podem contribuir para alcance das metas e resultados e estarem engajadas com os propósitos da instituição. O amadurecimento profissional do líder acontece em conjunto com essa estratégia. 

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