O gestor deve propor objetivos compartilhados e estratégias de desenvolvimento individual dos colaboradores, essa é um dos fundamentos da liderança moderna
Por Editorial GesSaúde
“Se você quer um trabalho bem feito, faça você mesmo”. Essa é uma retórica que pode muito bem caracterizar o nível atual das lideranças de organizações de Saúde. Porém, as transformações do setor de Saúde, que aceleraram a adoção de tecnologias e mesmo o trabalho remoto nas instituições, exige uma mudança desse perfil centralizador de líder. Não há mais espaço para uma organização de um homem só, o tal do herói que apaga incêndios todos os dias. É fundamental que a liderança seja compartilhada e, para tanto, precisamos aprender a torná-la mais horizontal.
Esta é, inclusive, uma das principais características da liderança de equipes remotas que precisa ser trazida para o ambiente local. Afinal, as pessoas não estão mais no mesmo ambiente físico, e a tomada de decisões pode se tornar mais complexa caso a hierarquia da organização de Saúde seja rígida demais. Mas, para garantir que decisões sejam tomadas sem prejudicar as metas estabelecidas para o negócio, é fundamental contar com dois aspectos:
1- Empoderamento dos liderados
Um dos aspectos importantes é qual o nível de liberdade que os liderados têm para executar suas funções, esta liberdade pode ser tão maior quanto mais definidos e acompanhados são os processos. Com processos mapeados e dados utilizados de forma inteligente, os colaboradores devem ser capacitados para utilizar essas informações em prol da entrega dos objetivos definidos. Dessa forma, cria-se o empoderamento necessário para que as equipes de trabalho remotas sejam responsivas da forma como um mundo em constante e rápida evolução exige.
2- Liderança analítica, baseada em dados
Quando os dados coletados, armazenados e analisados pelas organizações de Saúde podem ser trabalhados de forma mais inteligente, e permitir insights para a tomada de decisão com mais assertividade. Análise de dados associada ao mapeamento e monitoramento de processos, permite até mesmo antever problemas e corrigir o rumo antes que eles aconteçam.
Essa habilidade de “prever o futuro” é tão importante que foi citada por 82% dos executivos como fundamental para suas organizações obterem sucesso nos próximos anos em uma pesquisa conduzida em 18 países pela Accenture.
Liderar é fazer os outros lutarem por aspirações compartilhadas
Cada pessoa tem um propósito e valor dentro do planejamento da organização de Saúde. Da mesma forma, os indivíduos também apostam na instituição seus anseios e objetivos pessoais e profissionais. Quando ambos os propósitos estão conectados, o engajamento acontece de forma mais natural e fluida.
Nessa estratégia o gestor deve encontrar um modelo de troca no qual as pessoas possam se desenvolver por meio das metas e objetivos estipulados pela organização. O conhecimento e proximidade com cada liderado é fator crucial para determinar a forma como conduzir essa dinâmica e potencializar o engajamento. É preciso ter um objetivo compartilhado por todos para que as metas e objetivos sejam conquistados de forma conjunta.
Liderança baseada em desafios: tudo a ver com a estratégia
Imersa em uma série de complexidades, a Saúde é um setor altamente propício para motivar as pessoas por meio dos desafios. Isso significa treiná-las para resolver problemas com criatividade e empatia. Dentro dessa visão, o líder apresenta os caminhos que podem ser trilhados e compartilha a tomada de decisão junto ao colaborador. O desafio, quando ultrapassado, gera resultados que devem ser apresentados como uma conquista do empenho e poder de inovação da equipe. Os acertos e erros são convertidos em cases de aprendizado e superação.
Quando as estratégias de gestão são compartilhadas, as pessoas têm uma melhor visão dos desafios e resultados esperados pela instituição. Cada membro pode propor soluções de acordo com a posição que ocupa e o somatório de experiências e habilidades técnicas. As ideias surgem de maneira orgânica e esse processo deve ser frequentemente encorajado pelo líder.
Em todos os modelos de liderança, a transformação deve acontecer, primeiramente, dentro do próprio líder. Ele é a base de confiança e relacionamento estratégico com as equipes. Sem isso, a gestão de pessoas se torna obsoleta e se aproxima do perfil de chefia.