Especialista descreve principais mudanças que hospitais terão que realizar frente às novas tecnologias
Por Editorial GesSaúde
As organizações de Saúde do País estão passando por uma nova fase da tempestade perfeita do setor. O momento é marcado pela disrupção das tecnologias digitais, que vão mudar o relacionamento entre cliente e instituições e impactar a forma de operação das organizações. Com as novas tecnologias como computação em nuvem, inteligência artificial (IA), internet das coisas (IOT), werables, internet 5G, a gestão hospitalar terá de focar em novos investimentos para não apenas aprimorar a entrega de serviços com qualidade mas, principalmente, atualizar o hospital para atender de forma segura e dentro das normas e legislações que surgiram nos últimos anos.
“Essa evolução é inevitável se queremos otimizar o sistema de Saúde e melhorar a eficiência e qualidade. Portanto, estar na nuvem ou acessá-la para obter informações vai ser essencial. Hoje muitas organizações mantêm os dados restritos ao próprio hospital, mas isso vai mudar e para isso serão necessários grandes investimentos em duas principais tecnologias”, explicou o médico e gerente de informática médica da consultoria Folks, Leandro Costa Miranda. Conforme o especialista, as tecnologias que vão demandar atenção dos gestores são:
- Segurança da Informação: “Pois será mais do que necessário garantir que os dados sensíveis do paciente não sejam compartilhados e permanecem apenas para as pessoas corretas como a própria LGPD (Lei Geral de Proteção ao Dados) já vem dizendo. Hoje muitos hospitais fazem isso mantendo redes internas e super seguras com a comunicação externa, entretanto, o 5G será um grande facilitador da nuvem e os conceitos e tecnologias mudam e por isso é importante o hospital se preparar para essa mudança”, avaliou o médico.
- Tecnologias focadas em big data: “Ou seja, como lidar com a imensidão de informação do ponto de vista de infraestrutura e de sistema. Como escolher a tecnologia correta para guardar e como otimizar o banco de dados para obter a informação correta, na hora certa e para a pessoa certa”, explicou Miranda.
O gerente de informática médica ressalta ainda que investir em tecnologias digitais permite a redução dos custos operacionais. Porém, a gestão hospitalar deve conhecer as soluções disponíveis e saber quais se enquadram no porte do hospital para garantir maior eficiência e redução de tempo na execução de processos, por exemplo. “O foco da tecnologia nos hospitais é reduzir custos, melhorar eficiência e otimizar o tempo do profissional de Saúde”, ressaltou Miranda. O médico cita cinco principais ferramentas que podem auxiliar a gestão:
- Telemedicina: Permite unir pacientes distantes ou com dificuldade de locomoção ao hospital melhorando a qualidade de vida, ou em hospitais que trabalham em rede e que possam otimizar os recursos internos.
- Aparelhos de IoTs (Internet Of Things): Por exemplo, aparelhos de monitoramento que facilitam o cotidiano das equipes e que estejam de forma integrada dentro do hospital, reduzindo os risco e otimizando o tratamento, fazendo com que os profissionais consigam se preocupar com o cuidado e não com a rotina.
- Realidade virtual e realidade aumentada: Essas tecnologias vão permitir mais interação do paciente com a doença e acima de tudo maior engajamento. Além disso, os médicos poderão se beneficiar da realidade aumentada integrada ao sistema para apoiar a tomada de decisão.
- Tecnologias mobiles: Na visão de Miranda, serão cada vez usadas por organizações de Saúde por otimizar os espaços. Além disso, o especialista ressalta a cultura em transformação na sociedade, em que as pessoas usam cada dia mais os dispositivos móveis, como tablet e smartphones.
- Inteligência artificial: Vai estar presente em cirurgias e na elaboração e estruturação de processos e, ainda conforme o médico da Folks, essa tecnologia tende a ser mais precisa e prática com o passar dos tempos.
Manter o paciente no centro do negócio é uma das formas de garantir o equilíbrio de qualquer empresa engajada em oferecer serviços de qualidade e de forma acessível. Na Saúde, esse propósito ganha força com o conceito de tornar o paciente parte do processo de tratamento. “A literatura mostra que para um maior engajamento do paciente deve-se colocá-lo no centro do cuidado, mas além disso, deve-se mostrar que a saúde depende dele e que o envolvimento é essencial. Para isso é importante que a informação chegue ao paciente. A revolução digital vai ampliar muito esse aspecto”, completou Miranda.
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