Gestores hospitalares devem propor a revisão de cultura dos colaboradores e líderes para que processos tenham fluidez após as mudanças
Por Fabiana Freitas
A transformação digital na Saúde é um processo contínuo e que exige dos gestores de organizações hospitalares aptidão para manobrar estratégias e adequar o modelo de negócio. Implantação de novas tecnologias, alteração de processos e estruturas internas, e qualquer alteração realizada para melhorar a qualidade do serviço são sentidos por todo o hospital. Porém, o impacto maior é percebido pelas pessoas, os colaboradores de cada área, uma vez que todos os ambientes da organização são interdependentes.
A gestão da mudança é uma ferramenta fundamental para administrar a uma gestão por processos. As mudanças em um hospital não podem acontecer sem uma estratégia pré-definida e muito menos serem implantadas sem gerenciamento focado no engajamento e preparo dos recursos humanos. A gestão da mudança apoia as transformações geradas pela revisão nos processos. De acordo com o blog da consultoria Project Bilder, nas empresas o papel da gestão de mudanças possui as seguintes funções:
- Patrocínio: garantir que exista patrocínio ativo para a mudança na alta hierarquia de uma organização e engajá-la para alcançar os resultados desejados.
- Buy-in: o buy-in é o que cada um abre mão inicialmente para entrar em um jogo. A gestão da mudança busca conquistar o máximo de recursos iniciais possíveis de todos os envolvidos, direta e indiretamente.
- Envolvimento: envolver as pessoas certas na concepção e implementação de mudanças, para garantir que as alterações certas sejam feitas.
- Impacto: avaliar como as mudanças vão afetar as pessoas.
- Comunicação: dizer a todos quais são as mudanças quem será afetado pelas mudanças.
- Prontidão: deixar as pessoas prontas para se adaptarem, assegurando que elas tenham a informação correta, formação e ajuda necessárias.
Para o sucesso da gestão da mudança, é preciso o mapeamento adequado dos processos utilizados no hospital, bem como a cultura, liderança e capital humano. Como foco prioritário dos hospitais é o Cliente, sua segurança e a qualidade do atendimento, a gestão de processos torna-se uma ferramenta indispensável no planejamento e aplicação das mudanças. E para isso, é necessário o trabalho em equipe e a cooperação e a responsabilidade individual dos colaboradores e lideranças envolvidos na mudança.
Os processos que passarão por mudanças devem ser categorizados, identificadas as falhas e elaborado um plano de ação. Na aplicação das alterações, o gestor deve elencar e eleger os multiplicadores da mudança. Além disso, esses líderes devem ser capacitados para transformação, seja quando da implantação de uma nova tecnologia, processo ou procedimentos de complexidade variável. Todos os envolvidos devem compreender a importância da transformação para a segurança e melhoria da qualidade da assistência e também dos resultados do hospital.
O gestor maduro sabe identificar os momentos que exigem mudanças. Mais que isso, a direção hospitalar entende que o setor vive em constante transformação e que, para evoluir a gestão, é necessário envolver todos os trabalhadores em uma cultura focada em manter o cliente/paciente no centro do negócio.
Fabiana Freitas é sócia da GesSaúde. Administradora, também é especialista em gerenciamento de processos com foco em BPM e modelagem por BPMN. Possui especialização em desenvolvimento e gerenciamento integrado, bem como logística empresarial.
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