Implantação de novas tecnologias no hospital exige cuidados para garantir a continuidade do atendimento e a segurança da informação
por editorial GesSaúde
Big data, analytics, Business Intelligence (BI), computação cognitiva: a transformação digital, por meio desses sofisticados conceitos, está revolucionando as tecnologias de gestão voltadas ao cuidado em saúde. Para não ficar de fora dessa tendência e, consequentemente, perder espaço para os concorrentes, o hospital precisa atualizar seu parque tecnológico.
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A mudança é desafiadora, já que muitas instituições funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana, gerando enorme quantidade de dados em seus sistemas de gestão e prontuários eletrônicos. Imagine como a rotina seria afetada caso as informações sobre os indivíduos que já passaram pelo hospital sumissem de uma hora para a outra? Só para começar, o tempo de espera na recepção seria muito maior com a mera necessidade de refazer fichas, impactando toda a cadeia de atendimento. E pior ainda – sem as informações dos pacientes internados, como saber quais são os procedimentos para prosseguir com o tratamento indicado? É o pesadelo de todo gestor.
A complexidade do ambiente hospitalar exige cuidados na hora de fazer a migração, para que não haja interrupções no atendimento ao paciente ou perda de informações. Organizar os dados existentes e proteger o legado é um fator decisivo para que o hospital comece a apresentar valor perceptível aos pacientes e médicos desde o início dos investimentos em modernização, pois essa percepção é uma grande vantagem competitiva. Com o histórico migrado em um ambiente interligado e veloz, o resultado do investimento aparece quase que imediatamente, conforme especialistas.
Esse processo pode ser dividido em etapas para facilitar as ações. O primeiro passo para a migração tecnológica ser bem-sucedida é criar duas equipes focadas nesse processo. A primeira será responsável pela extração dos sistemas legados e outra pela carga no novo sistema.
O segundo é ter um documento de abordagem da migração, onde se deixa claro o que vai migrar e a periodicidade desse trabalho. Todas as regras de negócio constantes nesse plano devem ser revisadas e aprovadas pelos diversos departamentos do hospital, com a participação dos funcionários que farão uso direto das ferramentas.
O terceiro passo é levantar o volume atual dos dados que serão migrados e fazer uma estimativa de espaço necessário. Nessa etapa, é importante avaliar se vale a pena migrar os dados para a nuvem, o que gera economia na compra de máquinas e servidores.
Com essas etapas iniciais concluídas, o quarto e último passo é colocar a migração em prática, fazendo ciclos de extrações e cargas evolutivos. O indicado é fazer pelo menos três deles, visando ajustes tanto nas regras quanto no saneamento dos dados. Posteriormente, há a validação desses dados, procedimento que deve ser feito tanto pelo departamento de tecnologia da informação (TI), quanto pelos gestores hospitalares, em sistema de double-check. Isso porque esses profissionais têm visões diferentes que, na prática, se complementam e garantem a qualidade e o pleno uso do legado.
Esses cuidados garantem uma migração tecnológica sem sustos, mas o impacto dessas inovações na qualidade do atendimento ao paciente e nos resultados do hospital só serão sentidos de fato quando a transformação digital for parte inerente da cultura organizacional. Planejar esse processo sem esse detalhe crucial é desperdício de recursos, já que é preciso uma visão clara da forma como as novas tecnologias de gestão vão otimizar os processos da instituição.
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