Especialista apresenta as vantagens do process mining para um percurso assistencial mais orientado ao paciente
Por Editorial GesSaúde
Em um cenário de transformações constantes, a Saúde é um setor do mercado cada vez mais suscetível a desequilíbrios operacionais. Por isso, um dos desafios da gestão das organizações é se manter atualizada com técnicas de Administração Moderna que otimizem os serviços e garantam a qualidade da assistência. A jornada do paciente, nesse aspecto, é um dos elementos do negócio que demanda atenção redobrada. O process mining (mineração de processos) aplicado nas rotinas inerentes à jornada fornece não apenas redução de custos operacionais, como também maior segurança para o paciente e uma experiência satisfatória.
Nesse sentido, o especialista do Núcleo de Inteligência de Saúde da Unimed Paraná, Marcelo Dallagassa, explica que o process mining aplica robustas metodologias utilizando data mining e aprendizagem de máquina para o reconhecimento de padrões, descobrindo modelos que mapeiam a jornada do paciente e fornecem informações à gestão da Saúde para escolha de novos percursos, orientando o paciente em relação a sua doença. “Todas as organizações de Saúde estão buscando por um novo modelo de gestão, voltada para melhor eficiência, com foco no paciente e voltada às suas necessidades. Daí, tem-se a ideia da utilização do process mining no mapeamento da jornada do paciente”, comentou o especialista.
Histórico
O process mining é uma metodologia criada recentemente para reconhecer padrões dos processo de gestão por meio dos registros históricos. Na Saúde, com a complexidade inerente à operação assistencial, diversas informações são geradas pelas rotinas. Tais registros históricos são importantes para intervenções e esclarecimentos no funcionamento prático dos processos.
Por isso, o process mining fornece subsídios sólidos à gestão da Saúde para identificar modelos de processos menos eficientes, gargalos na execução das rotinas e pontos de alertas na condução dos eventos. Dallagassa explica que, para a jornada do paciente, uma importante estratégia é aliar o process mining com tecnologias disruptivas, como vestíveis móveis, equipamentos de controle de acessos entre outras técnicas voltadas ao paciente.
Assim, considerando a necessidade cada vez maior de as organizações de Saúde investirem no parque tecnológico, visando a convergência das novas tecnologias, o process mining se apresenta como uma vantagem competitiva no mercado. “Devemos pensar em uma tecnologia que fizesse o acompanhamento e monitoramento do paciente em todo o seu percurso assistencial, acompanhando a jornada e orientando a gestão para o melhor percurso do cliente. “Quem fizer dessa metodologia o uso traz um diferencial competitivo muito grande à instituição, dentro de um modelo de saúde baseado nos melhores desfechos, ou seja, baseado em valor”, salientou o especialista.
Modelo de remuneração
Uma das dificuldades para a geração de valor na assistência é o modelo de remuneração tradicionalmente praticado pelas organizações de Saúde. Dallagassa lembra que cada vez mais o fee-for-service está perdendo espaço no mercado pela inviabilidade de permitir que as instituições garantam qualidade efetiva e acompanhamento da saúde dos pacientes. “O setor está passando por uma mudança para um modelo baseado em valor, em que as organizações vão remunerar seus prestadores pela melhor entrega dos serviços.
O process mining, nesse ambiente, é essencial pois fornece à gestão apoio à decisão por meio de informações, focada em um atendimento voltado aos serviços que geraram o melhor atendimento ao paciente. A possibilidade da metodologia apresentar modelos de referência de percurso desejáveis que gerem maior qualidade de atendimento e aliado com um acompanhamento dinâmico do seu percurso, possibilita gerenciá-lo com mais efetividade . E com o uso da inteligência artificial, essa estratégia também entrega à gestão melhores modelos de processo, amparados por diretrizes e protocolos específicos”, descreveu o especialista.
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