Capacitação e implantação de controles internos são sinais de maturidade da gestão hospitalar. Mas transformação requer papel ativo do líder
Por editorial GesSaúde
Gerir uma instituição de Saúde não é tarefa simples e requer conhecimento e adoção de boas práticas de gestão. Para fazer a organização chegar a patamares de excelência e atingir a maturidade de gestão hospitalar, é preciso adotar conceitos de governança corporativa.
Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, o conceito abarca um “sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas”.
A adoção desses preceitos traz uma nova cultura de serviços e de prestação de contas, a partir da implantação de controles internos e de gestão de riscos, que devem envolver desde sócios até investidores e órgãos de regulação. Esse movimento amplia o papel do gestor, que vai além de mostrar resultados financeiros e passa a responder por diversos outros indicadores, que vão de desempenho a satisfação do usuário.
Por envolver um rol muito extenso de atividades, o primeiro passo antes de se adotar um processo de governança corporativa no ambiente hospitalar é o de “arrumar a casa”, pelo qual é possível ter uma fotografia ampliada da instituição e do desenvolvimento dos colaboradores.
A adoção de melhores práticas abrange a todas as áreas dentro da instituição, não somente a diretoria. Por isso, é essencial que o gestor esteja muito próximo dos demais departamentos, de forma a repassar conhecimento e envolver a todos – respeitando hierarquias e atribuições – no projeto. Desde a hotelaria, que conta com serviços de limpeza e manutenção, até a equipe de médicos, que lida diretamente com os pacientes, os setores tanto internos quanto externos (fornecedores, trabalhadores terceirizados), devem ter conhecimento da importância de sua participação individual no plano completo.
Funções do gestor
Dentro do programa de governança corporativa, existem funções específicas de responsabilidade de seus gestores, como por exemplo:
- Acompanhar os dados do Serviço de Atendimento a Clientes (SAC) ou ouvidoria da instituição para propor melhorias baseadas nas críticas e reclamações feitas por pacientes;
- Gerenciar os serviços oferecidos por meio de feedbacks de funcionários e trabalhar na melhoria com ajuda de treinamentos e coachings;
- Acompanhar o fluxo de processos recomendados por órgãos de acreditação hospitalar, como da Organização Nacional de Acreditação (ONA);
- Estabelecer manutenções preventivas em equipamentos e maquinários.
Onde investir?
O investimento em um programa de governança corporativa é de longo prazo, pois passa por um processo de análise e planejamento, para que, somente depois, as metas sejam desenvolvidas em conjunto com as equipes. Como resultado desse investimento em planejamento e ferramentas de controle, a instituição ganha em agilidade nos processos por meio da troca de conhecimentos e experiências entre áreas que antes mal se comunicavam, mas que precisam do trabalho um do outro.
Investir em sua própria capacitação é importante para o gestor, visto que isso passa pelo conhecimento dos códigos que regem a governança corporativa nas auditorias de processos, como os do IBGC, relevantes para manter a gestão das informações de forma clara e transparente.