Gerenciamento de Processos de Negócios (BPM)

Manifesto ágil: 12 maneiras de transformar os negócios em Saúde

Entregas mais assertivas, resultados que geram valor ao cliente e velocidade de adaptação são alguns dos benefícios do Manifesto Ágil para a Saúde

Por Roberto Gordilho

Os resultados são para ontem. A urgência de adaptação aos novos cenários se apresenta a todo instante para quem está à frente dos negócios em Saúde. Mas, claro, a agilidade tem que estar calçada por boas estratégias para que, de fato, os resultados sejam entregues com qualidade e atendam às demandas dos clientes. E ser ágil muitas vezes implica em deixar ferramentas e documentos em segundo plano, tornando relações e pessoas peças fundamentais no desenvolvimento de serviços e produtos na Saúde. Esse fator é apenas uma das contribuições do Manifesto Ágil.

O documento foi elaborado no início do século XXI, mais precisamente em 2001,  como uma forma de melhorar, de maneira acelerada, o desenvolvimento de softwares. É por isso que apresentar o Manifesto em sua forma original pode gerar barreiras e desafios complexos para o treinamento de equipes e condução de novos projetos. Assim, ajustar os valores e princípios das metodologias leves aos negócios ganhou predominância nas mais variadas indústrias. Afinal, as pessoas querem serviços, produtos e experiências de qualidade de forma acessível e prática.

17 cabeças e 12 princípios

Historicamente, o Manifesto Ágil foi produzido por 17 desenvolvedores adeptos de métodos ágeis como Scrum, XP e DSDM. Em uma reunião realizada em Utah, estado norte-americano, 17 profissionais de TI (Tecnologia da Informação) apresentaram proposições favoráveis ao abandono da prevalência da documentação, padronização e execução de tarefas pelo efeito rígido de sequenciamento no desenvolvimento de softwares e projetos. Mas isso implica em abandonar os processos e indicadores?

Muito pelo contrário. Essa cultura, embora tenha sua fundação na TI, está assegurada por 4 valores importantes para qualquer tipo de negócio:

  • Indivíduos e interações acima de processos e ferramentas: os processos são importantes, porém, o gestor deve sempre lembrar que eles são executados por pessoas. Por terem habilidades e formas distintas de interagirem com os processos, essas visões são fundamentais para rever a estrutura operacional; 
  • Software funcional mais que documentação abrangente: na visão dos negócios em Saúde, esse valor pode ser traduzido como foco na entrega – mais foco no valor ao paciente e menos foco nas atividades meio;
  • Colaboração do cliente mais que negociação de contratos: atender a demanda do cliente é mais importante que se ater a detalhes que não agregam valor, o modelo e construir soluções entendendo a demanda do cliente;
  • Responder a mudanças mais que seguir um plano: existem muitas formas de se chegar a um lugar. O negócio, contudo, precisa prosperar. Portanto, se um planejamento não está atingindo as metas esperadas, é o momento de se adaptar para manter o equilíbrio, em momentos de transformação, mais que nunca, precisa-se entender que o planejamento é uma trilha, não um trilho.
Os 12 princípios

O quarteto de valores rege 12 princípios que norteiam as estratégias ágeis de entrega. Na verdade, são parâmetros culturais que devem ser compartilhados entre as equipes visando sempre a agilidade na entrega de valor para os clientes:

  • Satisfação do cliente: prioridade máxima que deve ser representada pela entrega adiantada e contínua de valor;
  • Velocidade de mudança como vantagem competitiva: esse é o requisito que permite às organizações de Saúde se destacarem no ambiente altamente disruptivo e em transformação;
  • Prazos: as entregas devem acontecer com frequência e, de preferência, em períodos cada vez mais curtos;
  • Trabalho em conjunto: as pessoas precisam operar em times para produzir valor para os clientes;
  • Ambientação colaborativo: a colaboração deve ser estimulada em todas as etapas do processo, substituir os feudos por um ambiente colaborativo;
  • Comunicação clara:  os times precisam estar em sintonia, compreender a missão, a importância de cada tarefa executada e as necessidades de outras equipes;
  • Funcionalidade: simplificar e avançar para alcançar eficiência máxima.
  • Sustentabilidade: um ambiente sustentável acontece quando o planejamento é construído por iterações e envolvimento de todos os envolvidos no negócio; patrocinadores, desenvolvedores e usuários sendo capazes de manter passos constantes.
  • Revisão: atenção contínua à excelência aumenta a agilidade a cada ciclo do processo;
  • Simplicidade: trata-se da habilidade de maximizar a quantidade de trabalho não realizado;
  • Autonomia: times que têm conseguem se auto-organizar conseguem entregar valor e resultados em menos tempo, mais liderança, menos chefe;
  • Otimizações: capacidade de aprender e melhorar a cada ciclo.

Dentro das organizações de Saúde, a implementação das ideias do Manifesto Ágil pode representar a liberdade da gestão frente às práticas (pesadas) que impedem a evolução e adaptação em alta velocidade. O dinamismo está sendo cobrado pelas carências e demandas mercadológicas que estão em frenético processo de desenvolvimento e transformação. Portanto, a agilidade tem pouco ou nada a ver com a falta de estratégia e habilidade gerencial. É um modelo moderno de conduzir o negócio para a entrega contínua de valor com a adaptabilidade como fator competitivo.

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