A liderança transformacional guia equipes para além das expectativas e molda o futuro empresarial com visão, inspiração e inovação

Por Roberto Gordilho

No dinâmico cenário da Saúde contemporânea, onde a mudança é a única constante, os líderes e gestores enfrentam o desafio constante de inspirar suas equipes a alcançarem novos patamares de excelência. E se você nunca ouviu falar de liderança transformacional, saiba que essa abordagem emerge como estratégia essencial para impulsionar o crescimento e promover a inovação dentro das organizações.

Desafios

Liderar e gerir uma organização de Saúde não é uma tarefa fácil, especialmente em um cenário de constantes mudanças, incertezas e exigências. Veja se você identifica alguns desses desafios no seu cotidiano:

• Lidar com a complexidade e a diversidade dos sistemas, dos processos, dos profissionais e dos pacientes envolvidos na prestação de serviços de saúde, que demandam uma visão sistêmica, integrada e holística;
• Garantir a qualidade, a segurança, a eficiência e a humanização da assistência à saúde, que requerem uma gestão baseada em evidências, em indicadores, em protocolos e em boas práticas;
• Acompanhar as tendências, as tecnologias, as regulamentações e as expectativas do mercado, que implicam uma gestão voltada para a inovação, para a adaptação e para a diferenciação;
• Gerenciar os recursos financeiros, materiais e humanos, que envolvem uma gestão orientada para a sustentabilidade, para a otimização e para a valorização;
• Desenvolver e reter talentos, que pressupõem uma gestão focada no capital humano, no aprendizado e no crescimento.

O que é liderança transformacional

A liderança transformacional é um estilo de liderança que visa inspirar, motivar e influenciar positivamente os liderados, estimulando o seu desenvolvimento pessoal e profissional, a sua criatividade e a sua participação ativa na busca pelos objetivos da organização. A liderança transformacional não se trata apenas de implementar mudanças, mas de cultivar uma cultura organizacional que nutre o crescimento individual e coletivo. 

Esse tipo de liderança se baseia em quatro pilares fundamentais:

• Influência idealizada: o líder transformacional é um modelo de integridade, ética e valores para os seus liderados, que o admiram e confiam nele;
• Motivação inspiradora: esse profissional comunica uma visão clara e desafiadora para a organização, despertando o entusiasmo e o comprometimento dos seus liderados;
• Estímulo intelectual: o líder e gestor transformacional incentiva os seus liderados a questionarem o status quo, a buscarem soluções inovadoras e a aprenderem com os erros;
• Consideração individualizada: o líder transformacional reconhece as necessidades, os potenciais e as aspirações de cada um dos seus liderados, oferecendo feedback, orientação e apoio personalizados.

É importante frisar que esse tipo de liderança também implica em um relacionamento efetivo e humanizado entre líderes, gestores e times. Só que isso também acarreta em desafios que esses profissionais já convivem e precisam ser superados. Tais como:

• Mudar a mentalidade e o comportamento de líderes tradicionais, que são mais autoritários, hierárquicos e focados em resultados, para líderes transformacionais, que são mais participativos, democráticos e focados em pessoas;
• Equilibrar as demandas e as expectativas dos diversos stakeholders, como acionistas, gestores, colaboradores, clientes, fornecedores, parceiros, órgãos reguladores, que podem ter interesses e necessidades conflitantes ou divergentes;
• Lidar com as resistências e as dificuldades das equipes e dos indivíduos frente às mudanças, que podem gerar medo, insegurança, desconfiança, desmotivação ou conflitos;
• Desenvolver as competências e as habilidades necessárias para exercer a liderança transformacional, que exigem conhecimento, experiência, capacitação e atualização constantes.

Benefícios 

Existem elementos-chave que promovem diversos benefícios tangíveis para a organização de Saúde. Além disso, líderes e gestores podem de igual forma se beneficiarem das habilidades aprendidas e incorporarem esses princípios em sua própria jornada rumo ao sucesso sustentável. Então, entenda conheça retornos que liderança transformacional pode trazer para a gestão de uma organização de Saúde, tais como:

1. Aumento do engajamento, da satisfação e da produtividade dos colaboradores, que se sentem valorizados, motivados e parte de um propósito maior;
2. Melhoria do clima organizacional, da comunicação e da colaboração entre as equipes, que trabalham de forma mais harmônica, cooperativa e alinhada;
3. Estímulo à inovação, à criatividade e à melhoria contínua dos processos, produtos e serviços, que se tornam mais eficientes, eficazes e diferenciados;
4. Fortalecimento da cultura organizacional, da identidade e da reputação da organização, que se torna mais atrativa, competitiva e sustentável.

Quais são as principais habilidades que líderes e gestores devem desenvolver para aplicar a liderança transformacional?

Para aplicar a liderança transformacional na gestão de uma organização de Saúde, os líderes e gestores devem desenvolver as seguintes habilidades:

• Visão estratégica: a habilidade de definir e comunicar uma visão clara, coerente e inspiradora para a organização, que oriente as decisões, as ações e os resultados;
• Inteligência emocional: a habilidade de reconhecer, compreender e gerenciar as próprias emoções e as dos outros, de forma a estabelecer relações positivas, saudáveis e produtivas;
• Comunicação eficaz: a habilidade de transmitir e receber mensagens de forma clara, objetiva e assertiva, utilizando os meios, os canais e as linguagens adequados para cada situação e público;
• Liderança pelo exemplo: a habilidade de agir de acordo com os valores, os princípios e as normas da organização, demonstrando integridade, ética e compromisso, e servindo de referência para os liderados;
• Empatia e escuta ativa: a habilidade de se colocar no lugar do outro, compreendendo suas perspectivas, sentimentos e necessidades, e de prestar atenção ao que ele diz, demonstrando interesse e respeito;
• Feedback e reconhecimento: a habilidade de dar e receber feedbacks construtivos, que contribuam para o desenvolvimento e a melhoria contínua dos liderados, e de reconhecer e valorizar os esforços, as conquistas e os talentos de cada um;
• Delegação e empoderamento: a habilidade de distribuir tarefas e responsabilidades de forma adequada e equilibrada, considerando as competências, os potenciais e as aspirações dos liderados, e de dar a eles autonomia, confiança e apoio para realizá-las;
• Estímulo à criatividade e à inovação: a habilidade de incentivar os liderados a pensarem fora da caixa, a proporem soluções originais e a experimentarem novas formas de fazer as coisas, sem medo de errar ou de se arriscar;
• Aprendizado contínuo: a habilidade de buscar constantemente novos conhecimentos, habilidades e experiências, que agreguem valor à sua atuação como líder e gestor, e de estimular os liderados a fazerem o mesmo;
• Gestão de conflitos: a habilidade de identificar, prevenir e resolver conflitos que possam surgir entre os liderados ou entre eles e a organização, de forma imparcial, respeitosa e pacífica.