Liderança

Gestão do tempo: como líderes de alta performance equilibram vida, trabalho e saúde

Aprenda estratégias práticas para organizar sua rotina, aumentar sua produtividade e preservar sua saúde física e emocional como líder da Saúde.

Por Roberto Gordilho

Se você sente que está sempre correndo, resolvendo urgências e sem tempo para o que realmente importa, talvez o problema não seja a falta de horas, mas a gestão da sua energia.

Na liderança da Saúde, tempo e energia se tornam os recursos mais valiosos – e também os mais escassos. A rotina marcada por plantões, pressões regulatórias, reuniões, decisões críticas e o desafio permanente de equilibrar eficiência e cuidado humano exige mais do que simples organização de tarefas. Exige inteligência estratégica para gerir o que realmente define a performance de longo prazo: o equilíbrio entre tempo, foco e energia.

Mas afinal, você tem priorizado o que é essencial para o futuro da sua organização e da sua equipe – ou está apenas apagando incêndios todos os dias?


A armadilha da urgência constante

Um dos grandes dilemas que vejo em líderes hospitalares e gestores de organizações de saúde é viver no piloto automático, sempre em função do que é urgente. O excesso de demandas operacionais, a agenda congestionada e a cultura de “apagar incêndios” corroem o espaço de reflexão estratégica.

O resultado é claro: exaustão, ansiedade, queda de produtividade e decisões tomadas sob pressão, com visão de curto prazo. É como organizar a agenda de um celular que já está com apenas 10% de bateria: pode até funcionar por algumas horas, mas em breve tudo para.

Gestão do tempo sem gestão da energia é ineficaz. Para sustentar resultados extraordinários, é preciso aprender a cuidar dos três níveis que estruturam a alta performance: físico, emocional e cognitivo.


Nível físico: o corpo como base da performance

O corpo é a primeira fonte de energia de um líder. Ignorar esse pilar é abrir caminho para fadiga crônica e até para doenças que podem comprometer sua capacidade de liderar. Alguns hábitos simples fazem toda a diferença:

  • Manter uma alimentação equilibrada, evitando excessos e picos de energia artificial;
  • Estabelecer uma rotina mínima de movimento físico (caminhadas, alongamento, exercícios funcionais);
  • Respeitar o sono como ativo estratégico. Líderes que dormem pouco não são mais produtivos – são apenas mais cansados e menos lúcidos.

Quer um exemplo real? Uma pesquisa publicada na Harvard Business Review mostra que executivos que priorizam o sono adequado tomam decisões 20% mais assertivas em momentos de crise.


Nível emocional: emoções equilibradas ampliam a clareza

O segundo nível de energia está diretamente relacionado à gestão das emoções. Em ambientes hospitalares, onde decisões críticas podem significar vidas, liderar de forma emocionalmente equilibrada é vital.

Estratégias práticas incluem:

  • Identificar gatilhos que drenam energia, como discussões improdutivas ou excesso de críticas;
  • Criar pausas intencionais durante o dia – não apenas parar, mas se desconectar de verdade;
  • Desenvolver autoconsciência com reflexões diárias ou registros breves sobre como você reagiu a situações desafiadoras.

Equipes percebem quando um líder está emocionalmente presente e estável. Esse equilíbrio gera confiança e fortalece vínculos.


Nível cognitivo: foco e priorização

Por fim, a energia cognitiva diz respeito à clareza mental e à capacidade de priorizar. Muitos líderes se perdem em reuniões longas e e-mails intermináveis, gastando energia em atividades que não geram impacto.

Ferramentas simples podem revolucionar sua rotina:

  • Matriz de Eisenhower para classificar tarefas entre urgente/importante e descartar o que é apenas ruído;
  • Técnica Pomodoro ou blocos de tempo sem interrupções, focando no que realmente importa;
  • Planejamento noturno do dia seguinte, organizando a agenda antes mesmo de dormir.

Líderes que dominam esse nível conseguem proteger tempo de qualidade para pensar o futuro – e não apenas reagir ao presente.


A liderança precisa de tempo para pensar

Peter Drucker já dizia que o recurso mais escasso na liderança é o tempo. Eu diria que, na saúde, o recurso mais escasso é tempo de qualidade.

Líderes de alta performance não abrem mão de reservar blocos estratégicos em sua agenda para refletir sobre os rumos da organização, avaliar indicadores, repensar processos e, sobretudo, inspirar pessoas. Eles compreendem que decisões apressadas custam caro e que o futuro só é construído quando há espaço mental para planejá-lo.


Ferramentas para reorganizar sua rotina de forma inteligente

Se você deseja iniciar essa transformação, aqui estão algumas práticas essenciais:

  • Crie uma agenda estratégica com horários fixos para as atividades de maior impacto;
  • Limite o número de reuniões e exija sempre pauta clara e tempo definido;
  • Delegue o que não exige seu envolvimento direto – centralizar tudo é receita para o esgotamento;
  • Proteja seus momentos criativos e suas pausas como compromissos inadiáveis.

Alta performance não é sobre trabalhar mais horas, mas sobre investir energia no que realmente importa e saber quando parar.


O que você pode mudar hoje para ganhar mais tempo e saúde?

A pergunta que deixo é simples: o que, na sua rotina atual, você poderia mudar imediatamente para recuperar energia e liberar espaço para o que é realmente essencial?

Lembre-se: não existe liderança sustentável sem equilíbrio entre corpo, mente e emoção. O líder que não cuida de si não consegue cuidar da sua equipe, da sua instituição e, em última instância, do paciente.

A saúde é um negócio de pessoas. E pessoas precisam estar inteiras para liderar com coragem e impacto.


No Clube Liderança para Vida, discutimos em profundidade como líderes podem desenvolver uma rotina de alta performance sem abrir mão do equilíbrio pessoal. Se você quer se tornar um líder extraordinário, junte-se a essa jornada de transformação.

Tags

Conteúdos relacionados

As Ferramentas para alcançar o Extraordinário