Gestão da Saúde

Gestão de processos e disrupção tecnológica

A condução dos negócios em Saúde deve ser compartilhada entre executivos e ferramentas digitais voltadas para otimização da gestão de processos

Por Roberto Gordilho

Historicamente, a gestão de processos se deu no início da Revolução Industrial pela necessidade de mecanização de rotinas. Ou seja, enquanto a linha de montagem segue os padrões de produção, gestores e engenheiros tinham tempo para investir em inovação e criação de novos produtos. A gestão de processos atual tem o mesmo objetivo, porém, em contexto extremamente distinto. Daquela Revolução o mundo evoluiu para a transformação disruptiva. Da previsibilidade das linhas de montagem, o mercado lida com modelos sistêmicos de relacionamento social e comportamental. 

Na Saúde essa realidade é vivenciada de forma ainda mais explícita. Ora, um setor feito por pessoas e voltado para pessoas sente a necessidade de remodelar o negócio diariamente – para não falar a cada hora. Assim, os gestores precisam não apenas de tempo para se dedicarem a novos modelos operacionais e análise do ambiente cada vez mais desafiador, é necessário garantir a qualidade dos serviços e entrega de resultados. Vencida a cultura paperless, o momento demanda o compartilhamento de todas essas responsabilidades com as novas tecnologias.

Trata-se muito mais de empoderamento das habilidades organizacionais que substituição de funções.

Inteligência artificial

A gestão de processos alcançou um patamar significativo ao aplicar a inteligência artificial (IA) no parque tecnológico. Porém, é hora de delegar mais rotinas para a IA e o aprendizado da máquina. O cruzamento de dados inteligente permite, inclusive, a melhoria na gestão de pessoas. A eficiência metrificada e comparada com características operacionais dos colaboradores facilita o remanejamento e reestruturação de quadros. Com foco sempre no cliente, a mineração de processos fornece ao gestor a análise em tempo real de como o valor agregado é variado de acordo com essa dinâmica. 

Mesmo em processos menos complexos, como o cadastro de novos pacientes ou mesmo o acesso dos usuários dentro da instituição, é possível desprender essas rotinas e permitir que os colaboradores ofereçam atenção para melhorar a experiência do cliente. Afinal, as novas gerações são cada vez menos pacientes, e com razão. A facilidade e comodidade ampliadas pelas novas tecnologias contrastam e muito com o modelo de relacionamento entre pessoas e organizações de Saúde. 

E se as novas tecnologias estão transformando esse elo, não pode existir questionamento quanto à a aplicação a gestão de processos.

Gestão de indicadores

O monitoramento de indicadores é fundamental para a gestão de processos. Afinal, de nada vale definir metas e objetivos se não são entregues ou estão com qualidade abaixo do esperado. O uso da tecnologia, nesse quesito, é conseguir informações (também em tempo real) apropriadas para a tomada de decisão. Do Balanced Scorecard, até os Programas de Qualidade e as certificações, qualquer nuance fora do programado resulta em prejuízos ao cliente e, lógico, ao negócio.  

Compreender a lógica e implementação de novas tecnologias é tanto uma transformação de cultura organizacional, quanto de habilidade para interpretar e adaptar o modelo de operação aos cenários sociais e mercadológicos. 

Tags

Conteúdos relacionados

Conheça nossos programas