Com a empresarização do setor, dominar o planejamento estratégico é requisito básico; Desdobrá-lo em ações e ampliar o engajamento se tornam habilidades que destacam bons gestores

Por Roberto Gordilho

Um dos motivos que torna a rotina de boa parte dos gestores em Saúde em uma tempestade de incêndios é a falta de planejamento. Afinal, tanto na vida pessoal quanto na profissional é preciso planejar como será o seu dia, suas entregas, relacionamentos e atingir suas metas. E essa é uma realidade cada vez mais latente nos negócios em Saúde. O setor está passando por um forte processo de empresarização, e quem vai se destacar é o profissional que sabe organizar pessoas e recursos para entregar resultados de forma contínua e consistente . 

Na gestão de organizações de Saúde, o planejamento não é um conceito abstrato que fica restrito à alta administração. E também não se resume à forma como você organiza seu dia e execução de tarefas. É um fundamento prático, que reúne um conjunto de estratégias focadas em definir objetivos, traçar o caminho para alcançá-los e organizar equipes e tecnologia para que os resultados sejam entregues com eficiência. 

Assim, podemos destacar três tipos de planejamento importantes para alcançar objetivos e desenvolver processos de maneira eficiente: estratégico, tático e operacional.

Planejamento estratégico

O planejamento estratégico é uma ferramenta de gestão orientada para definir a estratégia de crescimento de uma organização de Saúde. Sua elaboração demanda que o gestor tenha um olhar holístico do negócio, listando analiticamente os pontos de força e fraqueza da instituição. Para auxiliar nesse processo, é possível usar ferramentas como a Matriz Swot e as 5 Forças de Porter, por exemplo. 

Além disso, é fundamental que o profissional leve em consideração as mudanças do mercado, de maneira a traçar previamente rotas para manter a estabilidade operacional e, consequentemente, financeira. 

Em meu primeiro livro “Maturidade de Gestão Hospitalar e Transformação Digital – Os Caminhos Para o Futuro da Saúde”, apresento um roteiro que pode auxiliar os gestores a traçar um planejamento estratégico:

• 1º passo: descrição do histórico da instituição;
• 2º passo: identificação do modelo de negócio a ser seguido; 
• 3º passo: definição dos preceitos missão, visão e valores da organização;
• 4º passo: análise de cenários e definição de objetivos organizacionais e ações estratégicas;
• 5º passo: elaboração dos planos de ação;
• 6º passo: elaboração do orçamento empresarial;
• 7º passo: implementação dos planos;
• 8º passo: acompanhamento contínuo;

Liderança

Para muitos gestores, a conceituação do planejamento estratégico pode ser bem conhecida. Nesse caso, ele se torna um documento no qual alguns dos objetivos esperados são: o aumento de receita, redução de custos, otimização da qualidade, segurança e experiência do cliente. É claro que um bom planejamento reflete em outros benefícios para a instituição. Mas para que os resultados possam ser alcançados, o planejamento estratégico não pode ficar preso aos níveis e cargos mais altos da administração do negócio.

É preciso estar bem claro para o gestor: são as equipes que vão colocar em prática as ações e executar os processos elaborados e revisados dentro do planejamento. Portanto, ele deve ser desdobrado dentro de cada área em objetivos compartilhados para que as pessoas saibam o que é esperado delas e como agir para alcançar as metas. Capacidade de organização e liderança são pilares para que o planejamento seja materializado e reverta em resultados para a organização.