Acabar com o desperdício, ampliar o parque tecnológico e melhorar a capacidade dos colaboradores são requisitos mínimos para uma gestão moderna e eficaz
Por Roberto Gordilho
O grau de competitividade das relações humanas tem como principal resultado a necessidade constante de readaptação das organizações de Saúde. Os gestores, portanto, possuem no tabuleiro dos negócios não apenas outros players competitivos – o cliente também define suas próprias estratégias e escolhas. Para muitos executivos, atingir o Equilíbrio de Nash tem se tornado um objetivos cada vez mais desafiador – ainda mais quando a sustentabilidade do negócio depende cada vez mais da eficiência.
São tantas variáveis que, de uma hora para outra, os tomadores de decisão se viram na – antes impensável – condição de se questionarem: por onde começar?
Todas as vezes que me fazem essa pergunta, sempre respondo: comece pelo começo. Contudo, mas faça tudo de uma vez e de forma estratégica. O tempo não permite mais a pausa para pensar pensar que será possível fazer uma ação de cada vez. Mas onde é o começo?
O começo é a base de tudo. Trata-se de garantir uma operação eficiente, acabar com o desperdício de tempo, recursos, insumos, etc. Existe uma expressão que diz que “se você quer começar a ganhar, a primeira coisa a fazer é parar de perder”. Ou seja, o começo é uma operação supereficiente.
Eficiência na Saúde
De uma forma simplificada, uma gestão eficiente é fazer mais com menos. Então precisamos olhar com lupa todos os nossos processos para buscar oportunidades de melhoria e racionalização do trabalho. Isso mesmo, eficiência tem a ver com processos e também com pessoas e tecnologia. Afinal, para entregarem resultados satisfatórios, os processos precisam de um bom suporte tecnológico e pessoas treinadas e engajadas. Assim, voltamos ao centro de tudo: tecnologia, processos e pessoas trabalhando juntos para construir uma operação eficiente e madura.
Parece meio piegas em um momento que todos, inclusive eu, falam de gestão ágil, inovação, e pensamento digital voltar ao tripé tecnologia, processos e pessoas. Porém, todas essas disciplinas estão juntas e no final fazem parte do mesmo pacote: eficiência, agilidade e preparação para um futuro que já chegou.
Muitos gestores vem a mim querendo “modernizar” seus processos de gestão e sempre explico que para “modernizar” temos que começar com o básico, ou seja, ser eficientes. A diferença é que até março de 2020, este era o único desafio a frente, e olha que a grande maioria das organizações já achava muito, agora além de eficientes precisam ser ágeis, inovadoras e desenvolver o pensamento digital, o desafio aumentou na mesma proporção da complexidade do mundo.
Tecnologia e pessoas
Mas, voltando ao começo, eficiência é a base. Quando desenvolvemos uma operação com processos maduros suportados por uma boa plataforma tecnológica e com profissionais treinados e capacitados para execução: aqui temos uma plataforma de crescimento sustentável.
A implementação de metodologias ágeis requer uma grande capacidade de planejamento e execução, além de uma cultura organizacional de autonomia, flexibilidade e tolerância a falhas. É um grande desafio para organizações em que ainda impera o paradigma do PCC (planejamento, comando e controle) e as pessoas não são estimuladas a pensar e participar de forma ativa das soluções.
Ainda não compreendeu por onde começar?
Vamos começar por uma revisão sistemática dos processos de trabalho para buscar simplificação e eficiência, com esta atividade podemos começar a construir um modelo mais participativo baseado em criar uma cultura que possibilita maior envolvimento, autonomia e participação de todos na construção de uma modelo mais simples, racional e eficiente de trabalho onde a prioridade seja, em todos os níveis, o valor gerado para o cliente.
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É um grande desafio, mas pular etapas neste momento não é o melhor caminho para organizações com uma cultura tão arraigada em modelos do século 19. Avançar para o século 21 vai necessariamente requerer que façamos o dever de casa que não foi feito no século 20.
A hora urge e é o momento de acabar com o modelo de medicina do século 21 convivendo com uma gestão moldada por estratégias do século 19. E o começo da modernidade é entender que nossa operação precisa focar no valor para o cliente, ser eficiente, ágil e inovadora, e que tudo isso é construído com e através de pessoas.
Fica a recomendação: se quer ter espaço no novo mundo, seja eficiente, isso vai te manter vivo, mas o crescimento e a perpetuidade vêm com a agilidade, inovação e pensamento digital.