Todos os colaboradores devem ser orientados a tratar de forma correta as informações para evitar prejuízos na gestão de crise do coronavírus
Por Roberto Gordilho
Em um período de incertezas, a comunicação pode ser o céu ou inferno para os hospitais. A gestão da crise da pandemia do novo coronavírus está enfrentando diversos desafios que vão contribuir para o futuro fortalecimento na condução dos negócios em Saúde. Ou seja, haverá o amanhã, porém, as organizações ainda precisam lidar com situações adversas provocadas pela disseminação do vírus. E a circulação de falsas informações ou mesmo restritas pode por destruir todas as estratégias da gestão de crise nos hospitais.
Todos os envolvidos na operação do negócio devem ser conscientizados sobre o poder da comunicação. Durante a gestão de crise, o compartilhamento de áudio, fotos e vídeos pode se tornar um hábito transgressor e surtir efeitos negativos para a instituição. Por outro lado, a comunicação eficaz entre as diversas equipes dentro do hospital garante agilidade e eficácia aos serviços e atendimento à população. É uma questão de treinamento e engajamento dos colaboradores.
Mesmo imersos em situações de trabalho sobre pressão, os profissionais da Saúde encontram tempo para utilizarem aplicativos de comunicação como o WhatsApp. Na gestão da crise, as lideranças devem orientar sobre o que pode ser compartilhado com pessoas não envolvidas com a organização. Porém, o que deve ser evitado é a proibição do uso de smartphones e aplicativos de modo geral. Na era da quarta Revolução Industrial, o uso de dessas ferramentas tornou-se mais que um hábito, uma necessidade diária de estar conectado e dividir informações em tempo real. Contudo, a gestão pode orientar os colaboradores em aspectos como, por exemplo:
- Fotos: durante a gestão de crise, e até mesmo após passar o temporal, os profissionais devem ser orientados quanto o compartilhamento de imagens de pacientes, ambientes internos, colegas de equipe e todo o tipo de foto que identifique pessoas ou exponha o funcionamento do hospital;
- Vídeos: muitas organizações vivenciam desafios na gestão de leitos e insumos. E, por vezes, é possível que algum descuido possa ser tomado durante a operação. Assim, tal como as imagens, filmar dependências, pessoas, pacientes sendo tratados ou situações adversas devem ser proibida para todos os níveis de hierarquia;
- Áudios: recentemente uma operadora enfrentou problemas por um suposto áudio compartilhado por um colaborador. O conteúdo relatava algumas dificuldades no atendimento a pacientes. As pessoas estão alarmadas, porém, na gestão de crise é necessário orientar os colaboradores sobre a realidade da pandemia e também sobre a importância de disseminar informações falsas (fake news) ou sem qualquer fundamento oficial.
Interdisciplinaridade
Por outro lado, a comunicação pode ser utilizada como principal ferramenta para garantir uma operação orgânica e multidisciplinar. A gestão da crise demanda que todos os funcionários saibam os objetivos do hospital e as estratégias para melhorar o funcionamento e atendimento aos pacientes. Dessa forma, os gestores podem montar grupos de líderes e colaboradores responsáveis por divulgar as informações elaboradas pela alta gestão. O importante é que todos estejam envolvidos e engajados em superar os desafios e aprender com eles. Logo a crise dará lugar à calmaria e aproveitar o momento para fortalecer a gestão é uma habilidade importante para a Saúde.