Diretora Administrativa do Complexo Hospitalar Samuel Libânio e palestrante confirmada do Congresso de Maturidade de Gestão na Saúde 2025, Jusselma Reis revela os bastidores da transformação que posicionou a instituição entre as maiores de Minas Gerais
Por Roberto Gordilho
Um hospital do interior mineiro que salta da 16ª para a 5ª posição entre os maiores do estado. Uma gestora que transforma cultura, reposiciona o modelo de liderança e desenvolve soluções inovadoras mesmo com recursos limitados. Essa é a história de Jusselma de Paiva Reis — e ela será uma das protagonistas do Congresso de Maturidade de Gestão na Saúde 2025, que acontece nos dias 18 de setembro, em São Paulo (SP).
Diretora Administrativa do Complexo Hospitalar Samuel Libânio e vice-coordenadora da Regional Sul da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais, Jusselma liderou uma das maiores transformações hospitalares do país. Em entrevista exclusiva, ela compartilha os pilares que sustentam esse avanço: liderança estratégica, inovação com propósito, foco em pessoas e obsessão por resultados sustentáveis.
O Congresso de Maturidade de Gestão na Saúde acontece em 18 de setembro em São Paulo. Inscreva-se: IV Congresso Brasileiro Maturidade de Gestão na Saúde
A virada institucional: da operação à estratégia
A mudança começou com um desafio profundo: transformar a mentalidade da equipe. “Foi preciso desconstruir a trilha neural consolidada ao longo do tempo, que mantinha a equipe em uma postura essencialmente operacional”, conta Jusselma. A solução? Uma mudança cultural ampla, apoiada no reconhecimento profissional e no desenvolvimento contínuo das lideranças.
A nova gestão promoveu a reestruturação dos processos, reorganização das equipes, inovação tecnológica e centralidade no cuidado ao paciente. “Engajamos as equipes multiprofissionais e administrativas em torno de um propósito comum e de uma nova consciência coletiva, alinhada à missão da instituição”, explica.
Excelência com recursos limitados: é possível?
Para Jusselma, a resposta é um sonoro sim. Ela defende que a excelência na gestão hospitalar é uma questão de foco, adaptabilidade e liderança consciente — mesmo em cenários com poucos recursos financeiros. “O diferencial está na capacidade de adaptação, na inovação constante e no foco na experiência do paciente”, afirma.
Enquanto algumas instituições se mantêm estagnadas por resistência à mudança, o Samuel Libânio avançou com inovação na gestão, metas estratégicas e ações de capacitação. “Liderança atualizada e planejamento com foco em resultados são essenciais”, reforça.
Inovação aplicada: mais que tecnologia, uma mentalidade
Inovar em um hospital filantrópico é um desafio à parte — e uma necessidade urgente. “Mesmo sendo instituições privadas e sem fins lucrativos, temos um papel fundamental na assistência do SUS. Precisamos ser sustentáveis, eficientes e conectados com as soluções disponíveis”, explica.
No Samuel Libânio, isso significa investir em sistemas integrados (Marvim, Biotracker, Green, dispensários de medicamentos, telemedicina, Invision Tracker, DRG, entre outros), criar uma plataforma própria de agendamento para os 32 municípios da região e participar de programas como o Proadi SUS, incluindo Lean nas Emergências, Saúde em Nossas Mãos, Escritório de Gestão de Altas e o PROAMA – Líderes Extraordinários.
A liderança como alicerce: situacional, estratégica e humana
O sucesso do projeto exigiu uma liderança capaz de guiar a transição da visão operacional para uma atuação estratégica. Para isso, Jusselma apostou na liderança situacional, adaptando o estilo às diferentes fases da transformação institucional.
“Foi preciso organizar os processos, dar clareza de objetivos e envolver todos no mesmo propósito. Somente com esse alinhamento conseguimos formar um time coeso e com foco em resultados coletivos”, compartilha.
O papel da representatividade e o desafio feminino na liderança
Como mulher em posição de destaque em um setor historicamente liderado por homens, Jusselma enxerga sua trajetória como ato de resistência, responsabilidade e inspiração. “A presença feminina na alta gestão hospitalar não é apenas uma questão de equidade — é uma potência transformadora. Lideranças femininas trazem escuta, empatia, colaboração e foco no cuidado, características essenciais para a Saúde”, afirma.
Com uma carreira pautada em formação contínua, coragem e inovação, ela defende mais espaço e protagonismo para as mulheres na transformação da gestão hospitalar no Brasil.
Para além dos muros do hospital: atuação regional e visão sistêmica
Na vice-coordenação da Regional Sul da Federação das Santas Casas, Jusselma amplia sua atuação, promovendo o fortalecimento coletivo do setor filantrópico. “Trabalhamos para alinhar diretrizes, fortalecer o associativismo e consolidar uma atuação mais integrada e representativa para os hospitais da região”, explica.
O futuro da Saúde no interior passa por novos líderes
Olhando para o futuro, especialmente no interior do Brasil, Jusselma é categórica: “Precisamos de um novo perfil de liderança, preparado para lidar com governança, estratégia, tecnologia, processos e pessoas, tudo isso orientado por resultados e sustentabilidade”. Segundo ela, somente com essa maturidade de gestão será possível transformar os desafios regionais em oportunidades reais de cuidado e acesso qualificado à população.
Uma trajetória que inspira — e será compartilhada no Congresso
No Congresso de Maturidade de Gestão na Saúde 2025, Jusselma será uma das palestrantes que mostrarão, na prática, como líderes hospitalares estão transformando a realidade da Saúde no Brasil — com coragem, estratégia e propósito.
Sua história não é apenas um caso de sucesso institucional, mas um modelo de liderança que inspira gestores do SUS, hospitais filantrópicos e organizações de saúde de todo o país.
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