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Como as crenças de líderes e gestores estão afetando a saúde emocional

Descubra como padrões de pensamento (as crenças) moldam o estresse e a saúde emocional dos líderes na Saúde e como transformá-los para uma gestão mais equilibrada e eficiente

Por Roberto Gordilho

Você já se pegou pensando que precisa estar sempre disponível? Que se não resolver todos os problemas da sua equipe, algo pode sair do controle? Ou que delegar tarefas pode demonstrar fragilidade na liderança? Se essas crenças fazem parte da sua rotina, talvez seja hora de refletir sobre o impacto delas na sua saúde emocional e desempenho profissional.

No setor da Saúde, onde a pressão é constante e as decisões afetam vidas, líderes carregam um fardo emocional imenso. Mas será que o estresse vem apenas da carga de trabalho ou também das crenças que alimentamos sobre o que significa ser um líder eficaz?

Este artigo convida você a refletir sobre como suas crenças podem estar sabotando sua qualidade de vida, produtividade e bem-estar, e como transformar esse padrão para uma liderança mais equilibrada e sustentável.

O ciclo do estresse na liderança da saúde: você está preso nele?

Imagine o seguinte cenário: você assume um cargo de liderança acreditando que precisa ser incansável e inquestionável. Sua equipe confia em você, mas também espera que todas as respostas venham exclusivamente de você. Você trabalha longas horas, resolve problemas que poderiam ser delegados e sente que, se não estiver presente, as coisas não vão funcionar da maneira certa.

Agora, pare e reflita:

✔ Quantas vezes você negligenciou seu próprio bem-estar para manter essa imagem de líder forte?
✔ Você se sente sobrecarregado, mas ao mesmo tempo resiste a pedir ajuda?
✔ Se afastar do trabalho por algumas horas ou dias parece algo impossível para você?

Essas são evidências de um ciclo de autocobrança excessiva e crenças limitantes, que podem levar ao burnout, dificuldades na tomada de decisão e menor engajamento das equipes.

Mas como essas crenças se formam e como podemos mudá-las?

As crenças que estão sabotando sua saúde emocional

Nossas crenças são construídas ao longo da vida por experiências pessoais, culturais e profissionais. Na liderança da Saúde, algumas dessas crenças podem ser extremamente prejudiciais.

1. Se eu não fizer, ninguém fará certo

Esse pensamento leva à centralização excessiva, impedindo que a equipe assuma responsabilidades. O resultado? Um líder exausto e uma equipe desmotivada.

💡 Reflexão: Você confia de verdade na capacidade da sua equipe ou sente a necessidade de supervisionar cada detalhe?

✔ O que fazer? Comece a delegar pequenas tarefas e observe os resultados. Confiança se constrói com tempo e prática.

2. Líder bom é aquele que está sempre disponível

A crença de que um líder deve estar 24/7 conectado gera um ambiente de sobrecarga e ansiedade. Além disso, normaliza uma cultura organizacional onde o descanso e a vida pessoal são vistos como secundários.

💡 Reflexão: Você se sente culpado ao tirar um tempo para si?

✔ O que fazer? Estabeleça limites claros, como horários para responder mensagens e momentos de descanso. Líderes que equilibram trabalho e vida pessoal são mais eficazes e respeitados.

3. Demonstrar vulnerabilidade é sinal de fraqueza

Muitos líderes evitam demonstrar insegurança ou pedir ajuda, pois acreditam que isso pode comprometer sua autoridade. No entanto, pesquisas indicam que a vulnerabilidade bem trabalhada gera conexão e confiança com a equipe.

💡 Reflexão: Como você reage quando se sente pressionado? Você compartilha suas dificuldades com sua equipe ou se fecha?

✔ O que fazer? Pratique a transparência. Diga eu não sei quando necessário e envolva sua equipe na busca por soluções.

Suas crenças moldam sua liderança – e sua qualidade de vida. No Clube Liderança para Vida, exploramos leituras que ajudam líderes a desenvolver inteligência emocional, resiliência e autoconhecimento. Participe e fortaleça sua jornada!

Como redefinir suas crenças e reduzir o estresse?

Agora que você reconhece os padrões que podem estar contribuindo para seu estresse, é hora de redefinir essas crenças e criar uma mentalidade mais saudável e produtiva.

1. Pratique a autoconsciência

Antes de mudar qualquer comportamento, é fundamental entender o que você sente e por que sente. Faça um exercício simples:

✔ Anote quais pensamentos costumam surgir quando você se sente sobrecarregado.
✔ Pergunte-se: essa crença é realmente verdade ou é apenas um padrão mental que adotei?
✔ Substitua esse pensamento por um mais equilibrado, como É possível delegar e manter a qualidade.

2. Estabeleça prioridades reais

Nem tudo precisa ser feito imediatamente e, muitas vezes, não precisa ser feito por você. Use a Matriz de Eisenhower para classificar suas tarefas:

  • Urgente e Importante: Resolva agora.
  • Importante, mas não Urgente: Agende.
  • Urgente, mas não Importante: Delegue.
  • Nem Urgente, nem Importante: Elimine.

Essa metodologia ajuda a evitar o acúmulo de trabalho e a criar um ambiente mais equilibrado.

3. Desenvolva habilidades emocionais

A inteligência emocional é um dos principais aliados na redução do estresse. Algumas práticas para fortalecer essa competência incluem:

✔ Mindfulness e respiração consciente: Técnicas para gerenciar emoções e manter o foco.
✔ Feedback ativo: Pedir e oferecer feedbacks constantes melhora a comunicação e reduz conflitos.
✔ Autocompaixão: Entender que errar faz parte da liderança e não define sua capacidade profissional.

4. Construa um ambiente de apoio

O suporte emocional e profissional faz toda a diferença para líderes da Saúde. Criar um ambiente onde os gestores também possam compartilhar desafios e buscar apoio é essencial para reduzir a carga emocional do trabalho.

✔ Participe de grupos de networking e mentoria para trocar experiências.
✔ Incentive um ambiente de comunicação aberta, onde os desafios possam ser discutidos sem medo de julgamento.
✔ Valorize pausas e momentos de descanso, tanto para você quanto para sua equipe.

O estresse na liderança não vem apenas do ambiente externo, mas também das crenças que carregamos sobre o que significa ser um bom gestor. Muitos líderes da Saúde enfrentam desafios emocionais intensos porque acreditam que precisam controlar tudo, estar sempre disponíveis e jamais demonstrar vulnerabilidade.

Mas e se, em vez disso, você adotasse uma mentalidade mais flexível e sustentável, que equilibra resultados e bem-estar? A mudança começa com a autoconsciência e pequenas ações diárias.

Agora, reflita: o que você pode mudar hoje para transformar sua relação com o trabalho e sua saúde emocional?


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