Entre aquisições e fusões, a empresarização da Saúde demanda que líderes e gestores busquem eficiência e resultados; somente assim é possível se destacar
Por Roberto Gordilho
A consciência empresarial das organizações de Saúde está tomando proporções bilionárias. O mercado de ações, aquecido pelas fusões e novas aquisições, reflete bem essa realidade. Desde o início de 2021 até os primeiros meses deste ano, foram registradas 150 transações – o que movimentou mais de R$ 20 bilhões. Além da digitalização dos serviços, como a telemedicina, essa tendência caminha fortemente para a integração de redes hospitalares, operadoras e laboratórios.
E nesse ciclo da empresarização da Saúde duas grandes transações se destacam:
- A fusão, por meio de troca de ações, entre as operadoras de Saúde Hapvida e a NotreDame Intermédica: uma movimentação que cria uma nova empresa com valor de mercado estimado em mais de R$ 80 bilhões;
- Compra da SulAmérica pela Rede D’Or: também não se trata de uma troca financeira direta, a Rede D’Or entregou mais de 300 milhões de ações para os acionistas da SulAmérica. Com isso, aumenta sua fatia no mercado, abrindo novas oportunidades para profissionais altamente capacitados e adaptados ao novo momento.
Outras transações ainda estão em curso, o que ilustra bem o processo de consolidação do setor acelerado pela crise da pandemia da Covid-19. E a empresarialização da Saúde acarreta diretamente na demanda por profissionais que entregam resultados. Ou seja, as instituições estão em busca de líderes e gestores que vão além do cumprimento de tarefas diárias.
Mas o que vem a ser a empresarização da Saúde? É o movimento que as organizações passam a se ver e operar como empresas, como foco em resultados financeiros e geração de valor para o acionista em mudança completa de paradigma onde a assistência e serviços seguros e de qualidade deixam de ser fim e passam a ser meio para alcançar os objetivos empresariais.
Os paradigmas mudaram:
- Modelo operacional: assistência, segurança, qualidade e humanização do cuidado não são fim, mas sim, meio para conquistar resultados, sustentabilidade financeira e crescimento focado no lucro;
- O cliente é mais importante: no ciclo de empresarização da Saúde, o cliente está no centro dos negócios. Líderes e gestores precisam compreender como essa mudança de paradigma impacta a atuação da organização e de suas equipes;
- Entrega de valor: o processo demanda líderes e gestores que tenham foco em resultados. Ou seja, o valor esperado não é somente o assistencial e do cuidado. As organizações estão em busca de profissionais que saibam entregar valor financeiro e otimizar a eficiência operacional, além do serviço seguro, resolutivo e de qualidade.
Transformação
Para capturar as oportunidades e fazer parte da mudança que o setor está passando, é preciso transformar a forma de pensar e agir. Viver apenas resolvendo problemas e apagando incêndios todos os dias dificulta o profissional de crescer nesse ambiente.
É fundamental saber planejar, liderar e conduzir as rotinas de forma a reduzir os custos e possíveis erros durante a operação. Para isso, as equipes devem estar preparadas e engajadas. Com o processo de digitalização dos negócios, os líderes e gestores precisam atualizar seus conhecimentos e se adaptarem às novas ferramentas que auxiliam a gestão.
A dinâmica da empresarização na Saúde é uma transformação que veio para ficar e impacta instituições de todos os portes e segmentos. Por isso, trata-se de um movimento que deixa em alerta todos os profissionais que querem se destacar, crescer e serem reconhecidos na liderança de organizações de Saúde.