Estratégia Empresarial

MVP e prototipagem, você precisa entender o que são

MVP e prototipagem são conceitos que ajudam gestores a desenvolverem serviços e produtos de forma ágil e com redução de riscos e desperdícios

Por Roberto Gordilho

Inovar os negócios em Saúde é primordial para manter a sustentabilidade e encarar de frente a concorrência. Porém, enquanto os desafios surgem de forma cada vez mais acelerada, desenvolver novos serviços e produtos gera dúvidas em muitos gestores preocupados em reduzir gastos e maximizar o potencial de previsibilidade do negócio. Então, por que investir tempo e recursos em uma novidade que pode não ser bem aceita pelos clientes? Tal questionamento, levantado dentro de setores distintos da indústria, por vezes foi o principal motivo para que executivos adotassem metodologias como o MVP e a prototipagem. 

São conceitos simples embora exijam dos profissionais habilidades de gestão e conhecimento tático do mercado de Saúde. Afinal, os clientes desse setor estão em busca de valores que se transformam cotidianamente, principalmente pela influência das novas tecnologias. Conseguir a fiel atenção das pessoas que fazem o mercado de Saúde acontecer vai muito além de criatividade e tempo de operação. Tanto é que as startups estão fazendo frente aos modelos tradicionais de negócios. E sempre surgem novas ideias que revolucionam o ambiente e ampliam o potencial competitivo das novas empresas. 

O pensamento inovador e ágil, ao contrário do que muitos gestores pensam, pouco ou nada tem a ver com o empirismo. E o MVP e a prototipagem são metodologias que comprovam isso.

Menos é mais

MVP é uma sigla para a expressão, do inglês, Minimum Viable Product, ou Produto Mínimo Viável. O que tem de ficar claro é que essa estratégia não significa apresentar ao mercado uma versão simplificada ou pobre de um determinado produto ou serviço. Trata-se muito mais de um modelo-teste a ser lançado e que contém o mínimo possível para atender às necessidades do cliente e, ao mesmo tempo, ser funcional. Na verdade, o MVP pode ser usado para outras finalidades como, por exemplo, criar um modelo de negócio ou atender a uma necessidade específica do mercado. Também é empregado para as inovações, potencializando a taxa de acerto e apresentando aos gestores os implementos necessários para que a novidade converta em sucesso. 

O termo foi criado em 2001 por Frank Robinson, CEO da SyncDev, empresa norte-americana voltada para a criação de novos produtos, negócios e mercados. Foi o período em que as metodologias ágeis estavam ganhando espaço além do mundo de desenvolvimento de softwares. Contudo, a popularidade do MPV se deu pela obra “The Lean Startup” (ou Startup Enxuta, traduzido do inglês), de Eric Ries. Para acelerar a chegada de um produto no mercado, o MVP se vale de princípios como o feedback. Ou seja, as primeiras percepções e experiências dos clientes com o produto em sua fase minimalista. 

Então, quanto menos recursos o produto em fase de MVP tiver, menores são as chances de o negócio perder investimento, tempo e recursos em caso de uma má aceitação pelo mercado. 

Dentro do modelo MVP de criação, predominam algumas características:

  • Planejamento: por trás de um produto ou serviço, sempre há planejamento estratégico que norteiam o desenvolvimento. É preciso ter pessoas, uma equipe mínima e fundamental para a viabilidade da ideia;
  • Economia: o que será desenvolvido pelo MVP deve ser econômico. Ou seja, a organização deve investir tempo e recursos mínimos, considerando que, em caso de sucesso, o produto ou serviço passará por melhorias incrementais. Portanto, a novidade também deve ser economicamente viável para os clientes;
  • Qualidade: essa deve ser o mínimo possível para despertar interesse dos usuários;
  • Incremento: ao longo de todo o projeto de desenvolvimento, os envolvidos devem considerar espaços para ampliação ou acréscimos que visam a qualidade e durabilidade da aceitação junto ao público;
  • Feedback: o aperfeiçoamento acontece pelos retornos, ou seja, a percepção dos clientes. O feedback é a estrutura que permite a perenidade do projeto. 
Prototipagem

A prototipagem é outro conceito estritamente ligado ao modelo lean de fazer negócios. O conceito se aproxima do MVP ao propor uma forma de mensurar a aceitação de uma ideia com redução de desperdícios. É uma estratégia também criada pelo pensamento lean dentro da engenharia de software. Porém, seus resultados positivos permitiram a aplicabilidade em diversos setores da economia, inclusive na Saúde.

Na prototipagem, uma versão resumida de um serviço ou produto é apresentada para testar sua viabilidade. Por resumida, entende-se, que a ideia pode até mesmo conter todas as funcionalidades previstas no projeto. Só que é apresentada ao público em uma menor escala – e assim, reduzir os prejuízos em caso de não aceitação. 

No MVP, ao contrário, a novidade é formada com o mínimo possível para ser usual. E, por isso, é altamente passível de posteriores incrementações. Outra diferença: na prototipação, o princípio é compreender a viabilidade técnica e operacional de uma novidade. Os dois conceitos, portanto, podem ser úteis para o desenvolvimento de inovações, por exemplo. 

Na prototipagem fazem presentes todas as etapas fundamentais para a construção de uma ideia que pode resolver uma necessidade ou dor dos clientes. Antes de ser entregue para o mercado, é criada uma versão em pequena escala de acesso – sendo apresentada para um pequeno grupo de stakeholders ou clientes. 

De qualquer forma, o MVP e a prototipagem se somam para que os gestores e equipes envolvidas no projeto compreendam a aceitação e o que pode ser melhorado antes do lançamento final desse percurso (protótipo, seguido da apresentação por MVP), surge o produto, modelo de negócio ou serviço final e contém as funcionalidades e incrementos que garantem a satisfação dos clientes e uma boa jornada dentro da organização de Saúde. 

Planejar com o pensamento lean e usar recursos como MVP e prototipagem permitem que gestores e líderes mantenham o curso da inovação, sem que sofram com intercorrências que podem desestabilizar o negócio. Testar, absorver os feedbacks e compreender melhor os clientes e mercado fazem parte das descobertas por trás dessas metodologias ágeis. 

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