Por Fabiana Freitas*
A cultura organizacional expressa o jeito como a instituição funciona, como ela negocia, como ela é percebida internamente e externamente, ou seja, é sua essência. Através dela os colaboradores, fornecedores, prestadores, clientes e sociedade entendem como a organização atua, qual seu modus operandi, quais são seus hábitos, valores e crenças.
A cultura da organizacional tem papel fundamental para apoiar e criar uma sinergia que facilita o direcionamento da operação alinhada à estratégia da organização, pois ela tem um reflexo direto em pessoas: em comportamento e no reflexo de como as pessoas operam dentro da instituição. E falando em hospital é possível imaginar como essa complexidade e importância aumenta, pois apesar de todas as ferramentas de gestão e tecnologia, o hospital tem como core pessoas cuidando de pessoas, a assistência é o seu objetivo e é muito comum que se esqueça das pessoas no ambiente organizacional.
Diria que a cultura organizacional é algo que é construído de forma orgânica, no dia a dia das instituições. Se é orgânico por que se preocupar? A diferença é que ela pode receber o reforço e orientação para que essa consolidação, mesmo que orgânica, reflita e oriente as pessoas para o objetivo, valores e hábitos da organização ou ela vai ser consolidada conforme cada grupo de pessoas atua, o que é um risco pois a construção é desordenada, não é pensada e se desenvolverá por conta própria.
Um hospital com uma cultura organizacional forte engaja as pessoas, cria uma relação entre colaborador e organização e a tendência é que o perfil de quem trabalha esteja alinhado com o que o hospital busca como resultado. Essa relação ajuda no crescimento tanto do hospital como do colaborador, pois ambos buscam os resultados de forma sinérgica, existe inter-relação, porém, quando a cultura é definida de forma não pensada pode causar problemas internos no ambiente de trabalho que amplia esse feito negativo para a produtividade e consequentemente na forma que o hospital é percebido pelos clientes e pela sociedade.
A cultura organizacional deve estar presente e fazer parte do dia a dia, envolvendo todos os setores do hospital, do segurança passando assistência, backoffice à alta gestão. É fundamental ser transparente e passar com muita clareza quais são os valores, visão e ideias em que a organização acredita e quais são seus objetivos. Essa ação faz com que todos conheçam onde trabalham e onde é possível chegar, trazendo harmonia e a melhor produtividade.
A cultura organizacional quando bem trabalhada traz diversos benefícios, como:
- Direcionamento para metas e políticas de relacionamento;
- Aumento da produtividade;
- Redução de problemas;
- Os verdadeiros interesses da instituição são priorizados e a competição tem uma característica saudável.;
- Aumento no comprometimento e satisfação dos colaboradores.
É importante frisar que para construir uma cultura organizacional alinhada com os objetivos da organização é preciso antes de tudo definir e conhecer “esses objetivos”, não tem como levar um barco para atracar em um porto seguro se não houver um destino e uma rota traçada.
O alcance de melhores resultados sob uma visão geral, dando importância ao principal recurso de um hospital “as pessoas”, essa é a importância da cultura organizacional para a sua sustentabilidade e crescimento.
*Fabiana Freitas é sócia da GesSaúde. Administradora, também é especialista em gerenciamento de processos com foco em BPM e modelagem por BPMN. Possui especialização em desenvolvimento e gerenciamento integrado, bem como logística empresarial.
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