Conheça algumas metodologias e saiba como líderes e gestores podem enfrentar os desafios da gestão da Saúde e otimizar a produtividade e a eficiência
Por Roberto Gordilho
Fazer gestão é simples, porém, não é fácil. Envolve a administração de recursos financeiros, humanos e materiais, a coordenação de serviços assistenciais e de back office, a implementação de políticas e garantir a eficiência operacional. Além disso, a gestão de uma organização de Saúde precisa se adaptar às constantes mudanças no cenário, como o aumento da demanda, a escassez de recursos, a evolução tecnológica, a regulação e a concorrência.
Diante disso, líderes e gestores podem otimizar a produtividade na Saúde, ou seja, fazer mais e melhor com menos.
- Estabelecer metas e indicadores de desempenho
Uma das primeiras etapas da gestão da Saúde é definir os objetivos da organização, de acordo com a sua missão, visão e valores. Esses objetivos devem ser claros, específicos, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e temporais, ou seja, devem seguir o critério SMART. A partir dos objetivos, devem ser estabelecidas metas para cada área, serviço ou processo, que devem ser alinhadas e comunicadas a todos os envolvidos.
Para acompanhar o cumprimento das metas, é fundamental utilizar indicadores de desempenho, que são medidas quantitativas ou qualitativas que permitem avaliar os resultados de uma atividade ou processo. Os indicadores devem ser relevantes, confiáveis, comparáveis e fáceis de interpretar. Alguns exemplos de indicadores de desempenho são: taxa de ocupação, tempo médio de permanência, índice de infecção hospitalar, satisfação do cliente, custo por paciente, entre outros.
A utilização de metas e indicadores de desempenho permite aos gestores monitorar e controlar as atividades, identificar problemas e oportunidades, tomar decisões baseadas em dados, e reconhecer e recompensar os colaboradores que atingem ou superam as metas.
- Realizar parcerias público-privadas
Uma das formas de otimizar a produtividade na saúde é realizar parcerias público-privadas, ou seja, acordos entre o setor público e o setor privado para a prestação de serviços de Saúde. Essas parcerias podem trazer benefícios para ambas as partes, como: ampliar a oferta e a qualidade dos serviços, reduzir os custos e os riscos, aumentar a eficiência e a inovação, e melhorar a satisfação dos usuários.
As parcerias público-privadas podem assumir diferentes formatos, como: concessão, em que o setor privado assume a gestão e a operação de um hospital público; contratação, em que o setor público contrata o setor privado para prestar determinados serviços, como exames, cirurgias ou consultas; e cooperação, em que o setor público e o setor privado compartilham recursos, conhecimentos e responsabilidades para atender a uma demanda específica.
Para que as parcerias público-privadas sejam bem-sucedidas, é preciso que haja um planejamento adequado, um contrato claro e transparente, um acompanhamento rigoroso, e uma avaliação periódica dos resultados.
- Utilizar tecnologias para simplificar e integrar processos
A tecnologia é uma aliada da gestão da Saúde, pois pode contribuir para simplificar e integrar os processos, reduzir erros e desperdícios, aumentar a segurança e a qualidade, e melhorar a experiência do paciente. Existem diversas tecnologias que podem ser utilizadas, como:
- Sistemas de informação, que permitem o registro, o armazenamento, o processamento e o compartilhamento de dados clínicos e administrativos;
- Dispositivos móveis, que facilitam a comunicação, a mobilidade e o acesso à informação; Equipamentos médicos, que auxiliam no diagnóstico, no tratamento e no monitoramento dos pacientes;
- E soluções de inteligência artificial, que podem apoiar a tomada de decisão, a análise de dados, a prevenção de riscos, e a personalização do atendimento.
Para que a tecnologia traga benefícios para a gestão da Saúde, é preciso que ela seja adequada às necessidades e aos objetivos da organização, que seja compatível com os sistemas e os equipamentos existentes, que seja de fácil utilização e manutenção, e que seja constantemente atualizada e aprimorada.
- Adotar mecanismos de mensuração e melhoria contínua
A gestão da Saúde não pode se acomodar com os resultados obtidos, mas deve buscar sempre a melhoria contínua dos processos e dos serviços. Para isso, é preciso adotar mecanismos de mensuração e melhoria contínua, que consistem em: coletar e analisar dados sobre o desempenho dos processos e dos serviços; identificar as causas dos problemas e as oportunidades de melhoria; planejar e implementar ações corretivas e preventivas; verificar e avaliar os efeitos das ações; e padronizar e disseminar as melhores práticas.
Um dos métodos mais utilizados para a melhoria contínua é o ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act), que consiste em quatro etapas: planejar, fazer, verificar e agir. Outra ferramenta que pode auxiliar na melhoria contínua é o Process Mining, que permite visualizar, analisar e otimizar os processos a partir dos dados gerados pelos sistemas de informação.
A melhoria contínua é uma forma de garantir a excelência operacional, pois permite aumentar a eficácia, a eficiência e a efetividade dos processos e dos serviços, além de promover a cultura de qualidade e a aprendizagem organizacional.
- Capacitar e motivar as equipes
Por fim, uma das estratégias mais importantes para a gestão da Saúde é capacitar e motivar as equipes, pois são elas que executam os processos e os serviços, e que interagem com os pacientes e os demais stakeholders. As equipes devem ser capacitadas para desenvolver as competências técnicas e comportamentais necessárias para o desempenho de suas funções, e para se adaptar às mudanças e às inovações que ocorrem na área da saúde. Além disso, as equipes devem ser motivadas para se engajar com os objetivos da organização, para se comprometer com a qualidade e a segurança do paciente, e para se sentir valorizadas e reconhecidas pelo seu trabalho.
Para atingir o status de motivação, líderes e gestores devem: oferecer programas de treinamento e de educação continuada; proporcionar um ambiente de trabalho saudável e seguro; estimular a participação, a colaboração e a comunicação; definir metas e expectativas claras; dar feedbacks construtivos e frequentes; e recompensar os resultados e as iniciativas.
Equilíbrio
Otimizar a produtividade é uma atividade essencial para o sucesso de uma organização de Saúde, pois impacta diretamente na qualidade do atendimento, no equilíbrio operacional, e na sustentabilidade financeira da instituição. Por isso, é preciso que os líderes e gestores adotem estratégias de gestão que possam otimizar a produtividade na saúde, sem prejudicar a qualidade das entregas.