Conscientizar a equipe da importância da informatização e mapear os processos são dois deles; 90% das instituições de Saúde usam menos de 40% dos recursos das soluções de informatização.
por Editorial GesSaúde
A maioria das instituições de Saúde (90%) usa menos de 40% dos recursos das soluções de informatização, impactando diretamente a assistência, o atendimento e, também, o retorno do investimento em tecnologia. É o que aponta um levantamento feito pela GesSaúde.
Segundo a pesquisa, isso ocorre por falta clareza na estratégia, definição de processos e treinamentos adequados para uso da tecnologia com foco nos negócios do hospital Ao implementar soluções de gestão hospitalar, como o Enterprise Resource Planning (ERP), Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) e checagem à beira do leito, por exemplo, muitas organizações se esquecem de que essa não é uma atividade meramente tecnológica, mas, sim, de uma mudança no estilo da gestão e operação, com novos processos, diferentes atribuições entre equipes e acompanhamento de indicadores, uma mudança cultural.
Ter um retorno de investimento positivo, com aproveitamento total das ferramentas, exige uma minuciosa avaliação de processos e atividades, além de capacitação constante dos profissionais – tanto do corpo clínico, quanta da parte administrativa. Veja a seguir, quatro ações cruciais:
- Mudança de mentalidade (Cultura)
O primeiro passo é conscientizar toda a equipe da importância da adoção de tecnologia para o dia a dia de trabalho. Se isso não fizer parte da cultura e do mindset de todos os profissionais, o projeto não vai para frente como deveria, com redução do nível de uso.
- Mapeamento interno (Processos)
É essencial realizar uma análise de todos os processos de trabalho para buscar oportunidades de automatização e aumento da eficiência. Em geral, muitas atividades realizadas de forma manual podem ser automatizadas pelas ferramentas já existentes e outras que já são informatizadas podem ser melhoradas. Para isso, é recomendado conversar com todas as áreas que vão usufruir das tecnologias, com o intuito de identificar que funcionalidades precisam e que módulos estão sendo subutilizados para adequação no momento da implantação.
- Equipe de especialistas (Pessoas)
Ter pessoas qualificadas e capacitadas para utilizar a tecnologia com bons e sólidos processos na execução da estratégia definida, aliadas a um sistema de governança capaz de permitir o acompanhamento da organização e das ações planejadas, é de suma importância. Após finalização do projeto de implantação do nosso sistema é normal que haja uma desmobilização de toda a equipe do projeto e, com isso, os esforços de melhoria em muitos casos deixam de ser feitos, comprometendo o avanço da utilização das ferramentas.
É importante manter um esforço constante de reavaliação, revisão dos processos, correção do que não ficou tão bom e aprendizado com os sucessos.
- Treinamento para todos
O planejamento estratégico deve buscar levar até o limite a utilização dos recursos que a instituição possui antes que se avaliem novas aquisições e investimento. Por isso que o processo deve vir acompanhado de um plano de capacitação continuado de funcionários e gestores, de forma a elevar o aproveitamento dos recursos existentes e investimentos já realizados.
De acordo com Roberto Gordilho, fundador da GesSaúde, somente com a aplicação de uma metodologia definida é possível acelerar nas instituições a maturidade de gestão tão necessária para as organizações de Saúde crescerem de forma sadia e competitiva no mercado. “Maturidade de gestão não se compra, se conquista, mas pode ser acelerada com muito empenho e utilizando os métodos adequados”, completa.
Saiba mais:
Como o planejamento estratégico eleva receita sem ampliar investimento
Tecnologia não basta par atingir a maturidade de gestão hospitalar
Gestão de pessoas como processo crucial na informatização do hospital
Imagem: Depositphotos